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Homem apontado como chefe de facção confessou ter recebido dinheiro para apoiar candidatos
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Homem apontado como chefe de facção confessou ter recebido dinheiro para apoiar candidatos

MARANGUAPE | "Zezinho da Horta" confessou ter recebido R$ 5 mil para apoiar duas candidaturas
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Coletiva em 30 de outubro que anunciou a prisão de Francisco José dos Santos Freitas (Foto: Divulgação/SSPDS)
Foto: Divulgação/SSPDS Coletiva em 30 de outubro que anunciou a prisão de Francisco José dos Santos Freitas

O homem apontado como chefe de uma facção criminosa na localidade de Tabatinga e adjacências, em Maranguape (Região Metropolitana de Fortaleza, confessou, em depoimento, ter recebido dinheiro para apoiar duas candidaturas, a vereador e a prefeito no município. Francisco José dos Santos Freitas, de 33 anos, ainda afirmou ter ameaçado comerciante que apoiou candidato que "colava" com "o pessoal da GDE" (facção Guardiões do Estado).

Zezinho da Horta, como é conhecido, foi denunciado ontem à Justiça pelo Ministério Público Estadual (MPCE). Ele havia sido preso em flagrante em 29 de outubro último, no bairro Jóquei Clube, por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Francisco José ganhou liberdade em 7 de outubro e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele foi autuado e denunciado na Lei das Organizações Criminosas, sendo que também é suspeito de ser o mandante de um duplo assassinato, ocorrido em 22 de outubro último, em Maranguape. As vítimas foram o policial militar da reserva Juscelino Araújo Chaves, de 58 anos, e o empresário Daniel dos Santos Cortez, 45 anos. Ele nega, porém, participação no crime.

Conforme a denúncia ofertada ontem, Francisco José disse integrar o Comando Vermelho (CV) desde 2016. Em depoimento à Polícia Civil, ele ainda afirmou ter dois revólveres, duas pistolas e duas espingardas, que estão nas mãos de seus subordinados. Também disse movimentar cerca de dois quilos de maconha por mês.

No depoimento, consta que ele confessou já ter ligado para comerciantes fazendo ameaças, identificando-se nos telefonemas como "conselheiro" do CV. No entanto, contou à Polícia não ter o tal cargo e que apenas disse isso na ameaça ao comerciante ligado à GDE. Sobre o apoio a candidatos, ele afirmou que um amigo estava apoiando as duas candidaturas e ofereceu R$ 10 mil para que também apoiasse. "Eu recebi R$ 5.000 e ia receber o restante depois das eleições", afirmou no depoimento. "Quero deixar claro que esse dinheiro não ia para a facção, mas sim para ajudar os moradores de uma comunidade carente na construção de casas", continuou. O POVO opta por não divulgar o nome dos candidatos por não haver acusação formal contra eles pelo suposto apoio.

Zezinho das Hortas foi indiciado por 13 homicídios, conforme a Polícia Civil, além de já ter sido indiciado por crimes como tráfico de drogas, corrupção de menores e porte de arma. Conforme o relatório técnico 150, da Draco, são listados depoimentos de diversos inquéritos, entre 2018 e 2020, que reforçariam o comando de Francisco José. Conforme afirmado, o grupo sob comando dele expulsou moradores de suas casas. Depoimento de 2018 apontava-o como um dos três chefes do CV em Maranguape.

 

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