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No CE, 40% dos novos casos de Covid-19 são de jovens entre 15 e 34 anos
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No CE, 40% dos novos casos de Covid-19 são de jovens entre 15 e 34 anos

Aumento de contaminação nessa faixa etária se deu nos últimos dois meses. Casos de pessoas com mais de 60 anos diminuíram
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Perfil etario dos casos de covid 19 no Ceara (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta Perfil etario dos casos de covid 19 no Ceara

O aumento de casos da Covid-19 iniciado há cerca de dois meses no Ceará tem apresentado maior incidência entre os jovens. Considerando os novos casos registrados entre 16 de outubro e 16 de dezembro, 40% são de pessoas entre 15 e 34 anos. Entre 16 de abril e 16 de junho — durante o pico da pandemia no Estado —, 30% dos novos casos foram de pessoas nessa faixa etária. Nesse período, o percentual de pessoas com mais de 60 anos infectadas era de 22%. Durante os últimos dois meses, a taxa de pacientes com a infecção nesse perfil etário é de 14%. Os dados são da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

O avanço de novos casos nas últimas semanas tem sido mais lento quando comparado ao aumento de casos no período inicial da pandemia no Estado. O aumento da circulação viral se deu novamente em regiões de Fortaleza com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais alto. A proporção de novos infectados com idades a partir de 45 anos diminuiu em comparação ao período entre abril e junho. Por outro lado, todos os recortes etários até 45 anos apresentam aumento de pessoas infectadas em relação ao número total de novos casos. 

Perfil etario dos casos de covid 19 no Ceara
Foto: luciana pimenta
Perfil etario dos casos de covid 19 no Ceara

A taxa de novos diagnósticos de infecção pelo coronavírus entre pacientes de zero a 14 anos saiu de 4% (de 16 de abril a 16 de junho) para 6% (de 16 outubro a 16 de dezembro).

Conforme José Xavier Neto, cientista-chefe do Governo do Estado e coordenador do Centro de Inteligência em Saúde do Ceará, a mudança é significativa e está ligada à questão comportamental. São pessoas que voltaram a se deslocar mais após a reabertura. "Indica uma característica muito clara do jovem com mais mobilidade e certa independência para se locomover", explica.

Segundo Xavier, que é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), o cenário ainda é de surtos, principalmente na Capital. "No Ceará, não temos evidência de segunda onda", diz.

Ele alerta, contudo, que o perfil dos novos casos confirmados pode mudar muito rapidamente. "É importante segurar até que se comece a vacinação. Se olhar as curvas de mortalidade, teve uma mortalidade importante durante o pico, mas de lá para cá está controlada. A situação é de controle e estamos em posição privilegiada em comparação a outros estados do Brasil", avalia.

O médico afirma que as pessoas com comportamento de risco devem a voltar a colaborar, principalmente usando máscara e evitando aglomerações. "Se houver uma colaboração da população, a gente vai poder atravessar esse período que sugere uma ameaça por conta das festividades até chegar a vacina. Todo mundo está cansado e as festas têm muito significado por conta da família. Mas é preciso que seja feita de maneira muito controlada", destaca.

 

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