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Acordo prevê 2 milhões de doses da CoronaVac para o CE em janeiro
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Acordo prevê 2 milhões de doses da CoronaVac para o CE em janeiro

Memorando entre Butantan e Secretaria da Saúde do Estado foi assinado na terça-feira
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Vacina, vacinação,seringa, covid 19 (Foto: Reuters/Imago Imagens/Direitos reservados)
Foto: Reuters/Imago Imagens/Direitos reservados Vacina, vacinação,seringa, covid 19

Acordo entre o Governo do Ceará e a Fundação Butantan prevê fornecimento de 2 milhões de doses da vacina CoronaVac, produzida em parceria com a chinesa Sinovac Biotech, para o Ceará. Os imunizantes devem chegar a partir de janeiro, com probabilidade de entregas adicionais em fevereiro e maior volume a partir de maio de 2021. Memorando de entendimento entre as instituições foi assinado nesta terça-feira, 22, entre Rui Curi, presidente diretor do Butantan, e Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o dr. Cabeto, titular da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

A CoronaVac é produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech. A parceria não impede acordos com outras instituições. Conforme o documento, a "vacina está em estágio avançado de desenvolvimento" e os ensaios clínicos realizados no Butantan, "mostram resultados promissores". Butantan e Sesa devem trabalhar juntos para concluir o contrato de compra e venda da vacina, com determinação de termos e condições definitivas para a aquisição, fornecimento, distribuição e aplicação do fármaco.

"O Governo do Ceará e a Secretaria da Saúde do Estado acreditam que, quanto mais cedo a vacinação acontecer, melhor para a população cearense. Por isso, a Sesa apoiará todas as iniciativas que apresentarem vacinas disponíveis para aplicação o mais rápido possível. Quanto mais cedo, melhor. A Sesa tem trabalhado para garantir a vacinação de forma rápida e segura", afirmou dr. Cabeto.

O Governo do Estado também tem feito articulações para aquisição da vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produzida em conjunto com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford. O governador Camilo Santana (PT) afirmou ontem, 23, em live do Jornal Jangadeiro, que se reuniu com a presidente da instituição, Nísia Lima, para discutir a possibilidade de antecipar a vacina contra Covid-19. Segundo Camilo, a previsão da Fiocruz é receber os insumos para produção da vacina em meados de janeiro e disponibilizá-la no início de fevereiro.

As datas acompanhariam previsão do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, cuja expectativa é começar a vacinação no dia 15 de fevereiro. Dessa forma, mais de um milhão de cearenses do primeiro grupo prioritário devem ser vacinados até julho de 2021. Se encaixam na primeira fase de vacinação trabalhadores da saúde; idosos acima de 75 anos de idade; pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência; e população indígena.

O governador também informou que a Fiocruz está trabalhando para a possibilidade de trazer a vacina já pronta do exterior. Conforme o calendário da fundação brasileira, a expectativa é de que a partir de agosto de 2021 a produção da vacina contra a Covid-19 seja 100% nacional. De agosto a dezembro de 2021, devem ser entregues mais 110 milhões de doses para os brasileiros, após entrega de 100,4 milhões entre fevereiro e julho de 2021.

As tratativas ocorrem em momento no qual o Ceará está prestes a somar 10 mil mortos pela doença. O Estado registra 9.947 mortes em docorrência do coronavírus, conforme atualização feita às 16h41min, ontem, da plataforma IntegraSUS, da Secretaria de Saúde do Estado. São 326.519 pessoas infectadas pela Covid-19 no Estado. Nenhum óbito ocorreu nas últimas 24 horas, segundo o boletim.

 

Governo de São Paulo anuncia que vacina atingiu índice mínimo de eficácia

O governo de São Paulo e o Instituto Butantan afirmaram ontem, 23, que a CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, atingiu o índice mínimo exigido de eficácia pelas agências regulatórias (50%), mas não apresentou o percentual exato de eficácia do imunizante nem demais dados do estudo final sob a justificativa de que a Sinovac solicitou a base de dados para mais análises.

A promessa do Butantan era que, após a apresentação dos dados, sejam submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tanto o pedido de registro definitivo do imunizante quanto a autorização para uso emergencial. "Recebemos os dados de eficácia ontem. Atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso emergencial, seja aqui no Brasil ou na China. Temos um contrato com a Sinovac que especifica que o anúncio desse número precisa ser feito em conjunto. Ontem mesmo apresentamos esses números à nossa parceira, que, no entanto, solicitou que não houvesse a divulgação do número. Eles precisam analisar cada um dos casos. Para que isso fosse possível, solicitaram a transferência da base de dados. Essa base de dados foi transferida na manhã de hoje, para que eles possam proceder essa análise o mais rapidamente possível. Solicitaram o prazo de 15 dias para que isso aconteça, mas acreditamos piamente que essa data será adiantada", disse Dimas Covas, diretor do Butantan.

Participaram do estudo no Brasil cerca de 13 mil voluntários espalhados por 16 centros de pesquisa em oito estados do País. A fase 3 da pesquisa também teve participantes da Indonésia e Turquia. As etapas anteriores dos testes clínicos (fases 1 e 2), que demonstraram a segurança do produto e a resposta imune provocada por ele, foram conduzidas pela Sinovac na China.

A partir do recebimento dos dados finais do estudo, a Anvisa estima dez dias para avaliação do pedido de uso emergencial. Já a avaliação para registro definitivo tem prazo máximo de análise de 60 dias, mas ele pode ser encurtado se o fabricante tiver aderido à modalidade de submissão contínua de resultados, quando os dados de fases anteriores da pesquisa são submetidos assim que ficam prontos. (Agência Estado)

12,3% da população

Até novembro deste ano, um total de 1,13 milhão de pessoas no Ceará realizaram algum tipo de teste para identificar se haviam sido infectadas pela Covid-19, número que representa 12,3% da população que habita o Estado. Os dados foram divulgados ontem, 23, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad- Covid-19), estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considerando índices da doença.

Em comparação com o mês de outubro, esse índice revelou um aumento de 110 mil (10,7%) pessoas que realizaram algum tipo de exame. Dos que fizeram testes até novembro, 335 mil receberam um resultado positivo para a patologia, quantitativo que representa 3,6% da população do Ceará.

Quanto ao tipo de exame mais utilizado até novembro, a maioria dos cearenses (504 mil) optou pelos testes de "sangue por furo no dedo". O exame de sangue através da veia do braço foi escolhido por 429 mil cearenses e o teste de SWAB (introdução de cotonete no nariz) por 358 mil.

Em novembro, 305 mil pessoas no Ceará apresentaram "algum dos sintomas da Covid-19, tendo ocorrido uma queda nos números frente ao mês de outubro (371)". Entre essas pessoas, apenas 79 mil chegaram a ir até um estabelecimento de saúde. (Gabriela Feitosa/ Especial para O POVO)

IntegraSUS

Até 8h30min de ontem, 1.264.922 exames haviam sido realizados no Estado, conforme dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa)

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