Embora o nível hídrico no açude Castanhão esteja melhor hoje em comparação com o mesmo período do ano passado, a situação ainda é crítica. O maior reservatório do Ceará, no município de Alto Santo, registra 11,08% da sua capacidade total de 6,7 bilhões de metros cúbicos (m³), o que corresponde a 742,67 milhões de m³. O Castanhão se encontra na bacia com o pior aporte hídrico atual, no Médio Jaguaribe, onde o percentual acumulado é de apenas 10,6%.
Os indicadores são do Portal Hidrológico, ferramenta da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) que monitora o nível dos reservatórios e foram atualizados às 12h49min desta segunda-feira, 4.
O Ceará começa 2021 com um quarto da sua capacidade hídrica total após o ano de melhor aporte hídrico desde 2012. No entanto, essa distribuição não é homogênea, conforme avalia Bruno Rebouças, diretor de operações da companhia.
“A gente observa que as bacias localizadas mais ao Norte do Estado, como Acaraú, Coreaú, Serra da Ibiapaba, Litoral, todas estão numa situação bem mais confortável de água porque já há dois anos vêm tendo melhores aportes”, explica.
Neste começo de janeiro, que fecha a pré-estação chuvosa do Ceará, as bacias Acaraú, Litoral e Serra da Ibiapaba detém os maiores volumes armazenados acumulando 72,28%, 70,50% e 67,92% de suas capacidades, respectivamente. No outro extremo, a bacia do Médio Jaguaribe, onde está o Castanhão, não chega aos 11% de acúmulo hídrico.
“A porção Centro-Sul do Estado ainda permanece em alerta, precisando da diligência da população no uso inteligente e racional da água”, avisa Bruno. O diretor da Cogerh destaca que o percentual era ainda pior no mesmo período do ano passado, quando o Castanhão chegava a somente 2,76% de sua capacidade. “No entanto, ainda muito longe duma situação de conforto para o Estado do Ceará”, completa.
Outros reservatórios importantes para o Estado são os açudes Orós, na bacia do Alto Jaguaribe, e Banabuiú, localizado na bacia homônima. O primeiro apresenta nível de água em 20,73%, enquanto o reservatório de Banabuiú, localizado no Sertão Central, uma das regiões mais secas do Estado, tem 11,98% de sua capacidade hídrica.
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Os meses de dezembro e janeiro marcam a pré-estação chuvosa no Ceará. Isso porque eles antecedem a quadra chuvosa, que ocorre de fevereiro a maio. De acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a média para o bimestre é de 130,3 milímetros (mm), sendo 31,6 mm correspondentes às chuvas em dezembro e 98,7 mm, em janeiro.
A chuva média em dezembro no Ceará, segundo observou a Funceme, foi de 10,4 mm. Os dados foram atualizados às 11h25min desta segunda-feira, 4. O órgão destaca que a qualidade das precipitações nesta época não têm relação com o resultado dos meses seguintes.