Crise financeira, secas, enchentes, motim da polícia. Estes foram os motivos que levaram ao cancelamento do Carnaval nos municípios cearenses nos últimos cinco anos. Em 2015, primeiro ano da gestão Camilo Santana, o governador assinou um decreto suspendendo o repasse de recursos públicos devido à estiagem, já que no final de 2014, 176 dos 184 municípios do Ceará haviam decretado estado de emergência devido à falta de chuva.
Em 2016, menos cidades do que em 2015 conseguiram promover a festa. Em 2017, Fortaleza, Beberibe, Paracuru, São Benedito e Aracati fecharam parcerias privadas para contornar a escassez de recursos públicos.
Em 2018, apenas 23 bancaram os festejos com recursos próprios à Associação dos Municípios Cearenses (Aprece). Outros sete informaram que buscaram patrocínio com o setor privado para garantir as comemorações.
Em 2019, o cancelamento foi pontual, seja por causa da crise econômica que atingiu mais uns municípios do que outros, seja por causa do alto volume de chuvas - este último foi o motivo para Granja e Tianguá fazer o anúncio de que não seria o momento para festas. Em Fortim, a violência foi a causa da suspensão.
Em 2020, o "apagão carnavalesco" aconteceu por causa do motim da Polícia Militar. Mantiveram a festividade os municípios de Aracati, Beberibe, Cascavel, Crato, Guaramiranga, Sobral, Tauá e Viçosa do Ceará. Fortaleza e Região Metropolitana receberam o apoio do Exército Brasileiro, Força Nacional e militares de outros estados após Garantia da Lei e da Ordem (GLO) solicitada pelo governador. (Flávia Oliveira)