O ministro da Educação, Milton Ribeiro, anunciou na noite deste domingo que esta edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve abstenção de 51,5%. O dado foi divulgado em coletiva de imprensa logo após o fim do primeiro dia de provas presenciais. Para o titular do MEC, o número alto de ausência ocorre porque os candidatos têm medo de contaminação pela Covid-19 e por "trabalho de mídia contrário".
Conforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 5.523.029 pessoas se inscreveram no Enem. Compareceram para prestar o Exame 2.680.697 candidatos, cerca de 48,5%. Além disso, 2.967 participantes foram eliminados e 69 prejudicados por ocorrências logísticas.
Fiscal em uma escola no bairro Jangurussu, em Fortaleza, relatou que na sala pela qual estava responsável apenas oito alunos compareceram. A lista contava com 29 pessoas. A fonte, que preferiu não se identificar, afirma que a situação se repetiu por toda a escola. No fim da aplicação, uma colega de trabalho contou que 16 pessoas haviam faltado ao Exame no local onde estava.
A mulher ouvida pelo O POVO conta que tudo ocorreu normalmente e que as medidas de distanciamento e uso de máscara foram cumpridas. Ela comenta ainda ter passado por um treinamento online e outro presencial sobre os protocolos de segurança a serem adotados contra a Covid-19. No total, ela teve de trocar quatro vezes de máscara.
"O Exame acontece em um momento muito conturbado. O cenário estava propício para não acontecer. A gente tem uma pandemia que exige o distanciamento social, como medida para preservar vidas. Mas foi decidido pela manutenção das provas. Existe um contexto muito incerto", comenta Maria José Camelo Maciel, pró-reitora de Graduação da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
A porta-voz, por mais que ainda não tivesse dados consolidados sobre a aplicação da prova na Uece, avalia que o índice de evasão da prova deve superar o de edições anteriores.