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Leitos públicos de UTI em Fortaleza devem dobrar em um mês
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Leitos públicos de UTI em Fortaleza devem dobrar em um mês

A previsão é ampliar oferta para 430 leitos até o fim de fevereiro, podendo chegar a 700 leitos em março. No Ceará, a oferta pode chegar a 1 mil leitos até o próximo mês
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O jornalista e escritor cearense Lira Neto vai assinar a obra 'Pandemia: a luta contra a Covid-19 no Ceará' (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves O jornalista e escritor cearense Lira Neto vai assinar a obra 'Pandemia: a luta contra a Covid-19 no Ceará'

Fortaleza tem três vezes mais pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em comparação ao mês de outubro, quando os casos de Covid-19 voltaram a aumentar. São 290 pacientes em unidades de alta complexidade. Há três meses, eram 90. Nesse cenário alarmante, a oferta de leitos de UTI para Covid-19 na Capital pode dobrar em um mês. No Ceará, a oferta pode chegar a 1 mil leitos.

Segundo o secretário da Saúde do Estado (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, Dr. Cabeto, atualmente a oferta é de 340 leitos. A previsão é ter 430 leitos até o fim de fevereiro, devendo chegar a 700 leitos no início de março. "Em abril e maio de 2020, no pico da nossa pandemia, chegamos a ter mais de 800 pacientes (com Covid-19) internados em UTIs em Fortaleza", comparou. Antes da pandemia, o Estado tinha 740 leitos públicos do tipo.

A ampliação dos leitos públicos está sendo feita no Hospital Leonardo da Vinci, Hospital Geral Dr Waldemar Alcântara, Hospitais de Campanha do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), Instituto Dr José Frota e Hospital e Maternidade Dra Zilda Arns Neumann.

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No Estado, cada hospital regional está ampliando de 30% a 100% dos leitos. "Tem local que tá ampliando 100%, como estamos vendo no Sertão Central, que o número de leitos de UTI é menor do que em outras regiões", explicou.

Conforme o IntegraSUS, plataforma de dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), a ocupação de leitos de UTI em Fortaleza é de 84,23%, considerando unidades públicas e privadas. No caso dos leitos de enfermaria, a ocupação é de 54,02%. No município de Fortaleza, a ocupação de leitos de UTI é de 89,12% e a de enfermarias é de 78,04%. As UTI adulto estão com 91,5% de ocupação enquanto nos leitos pediátricos a taxa é de 78,79%.

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Considerando a divisão do Estado pelas cinco macrorregiões de saúde, a situação mais grave é registrada no Litoral Leste/Jaguaribe, que está com ocupação total de leitos. Em quase todas as regiões a taxa passa de 80%: Fortaleza (88,52%), Cariri (85,19%) Sertão Central (80,56%) e Sobral (61,43%).

O titular da Sesa afirmou que os hospitais estão redimensionando os horários de visitas e o quadro de profissionais. "Vamos precisar de um grande esforço dos profissionais de saúde. Estamos solicitando aos residentes, pós-graduandos, profissionais que se redimensionem. Estamos falando de uma ampliação de quase 100 leitos no próprio Hospital Leonardo da Vinci", disse.

O secretário solicitou ao Ministério da Saúde a ampliação da habilitação dos leitos. "Hoje mesmo (terça-feira) tive uma conversa com o diretor do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) explicando a ele a necessidade de que o Governo Federal prorrogue a habilitação de leitos de UTI. Nós já chegamos a ter muito mais leitos habilitados. Esses leitos vem paulatinamente sendo desabilitados. Isso significa que não vem recursos do Governo Federal para bancar esse sistema de saúde tão importante", frisou durante visita ao drive thru de vacinação no Shopping Iguatemi, nessa terça-feira, 2.

Em 2020, o custo a mais do sistema de saúde para o Ceará foi de R$1 bilhão em razão da pandemia. Isso considerando recursos da União e do Tesouro do Estado.

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Taxas

De acordo com especialistas em saúde, o ideal é que a taxa de ocupação de leitos de UTI fique abaixo de 70%, índice alcançado pelo estado, na última vez, no dia 14 de janeiro, seguindo a média observada desde o início do ano. À época, a ocupação era 66,19%.

 

Hospital de Campanha de Sobral
Hospital de Campanha de Sobral

Hospital de campanha de Sobral será reaberto

O Hospital de Campanha Dr. Francisco Alves, em Sobral, será reaberto até o dia 12 deste mês. O prefeito Ivo Gomes (PDT) afirmou na terça-feira, 2, na ocasião da abertura dos trabalhos legislativos da Câmara Municipal, que a decisão foi tomada em virtude da alta nos índices de contágio e quantidade de internações por Covid-19, o que causou sobrecarga no Hospital Regional Norte, unidade que atende Sobral e demais municípios da região.

"É com muita tristeza e frustração que anuncio a reabertura do hospital de campanha Dr. Alves. Até a próxima semana, no máximo em dez dias [12 de fevereiro], nós estaremos reabrindo a unidade", discursou.

O hospital foi inaugurado no dia 20 de maio do ano passado, com 53 leitos (29 de enfermaria, 14 de UTI e 10 leitos de semi-intensiva). Com a diminuição dos casos do município, deixou de receber pacientes. O hospital de campanha foi utilizado no dia 19 de janeiro deste ano para marcar o início da vacinação da CoronaVac em Sobral.

Durante o auge da pandemia, em maio e junho, Sobral tinha, além do hospital Dr. Alves, a unidade de campanha montada no ambulatório do Hospital Regional Norte (HRN), com atividades iniciadas no começo de junho. O espaço continua reaberto desde então e conta com 42 leitos de enfermaria de média complexidade para tratamento de pacientes com Covid-19, em adição aos 218 leitos (114 de enfermaria e 104 UTIs) exclusivos para a doença no HRN.

Na época, o pedido de novos leitos feito por Ivo Gomes ao governador Camilo Santana foi justificado porque Sobral é um município polo e recebe pacientes de toda a região Norte. Segundo atualização feita às 20h04min de ontem na plataforma IntegraSUS, a macrorregião de Sobral, que possui 55 municípios, estava com taxa de ocupação de UTIs de 61,43% e de enfermarias em 30,77%. O HRN estava com ocupação de 65% e 87,5%, respectivamente.

Os índices do Ceará eram, na mesma atualização, de 84,37% para UTIs e de 53,93% para enfermarias. É o sexto dia seguido que a taxa de ocupação de UTIs supera os 80% no estado. 

 

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