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Demanda cresce e hospitais públicos e privados ampliam número de leitos para Covid-19
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Demanda cresce e hospitais públicos e privados ampliam número de leitos para Covid-19

Presidente da Unimed Fortaleza, Elias Leite, anuncia a abertura de 10 leitos de UTI. Governador Camilo Santana diz que situação é "preocupante"
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Há redução de 27,7% nas internações por covid (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Há redução de 27,7% nas internações por covid

O Hospital Regional Unimed (privado) e os hospitais públicos Waldemar Alcântara, Regional Norte (HRN), Regional do Cariri (HRC), Regional do Sertão Central (HRSC), e Leonardo da Vinci irão abrir novos leitos de UTI para covid-19 a partir desta semana. Além deles, o hospital Monte Klinikum afirma operar dentro da capacidade de atendimento, mas admite aumentar leitos caso necessário. Os movimentos confirmam a situação "delicada" da ocupação das redes pública e privada que foi alertada pelo governador Camilo Santana (PT).

O presidente da Unimed Fortaleza, Elias Leite, afirmou neste domingo ao O POVO que "há dias" a ocupação da UTI no HRU é máxima e, frequentemente, a equipe do hospital rearranja as estruturas para ampliar o número de leitos. O médico admitiu que, "se for necessário", o HRU pode retomar o hospital de campanha Unimed - que foi aberto no final de março de 2020 - a qualquer momento.

"No dia 5 de fevereiro (sexta), a gente estava com 55 leitos. Estamos abrindo mais 10 amanhã (hoje, 8 de fevereiro)", adiantou. A sala de recuperação do Centro Cirúrgico do hospital será transformada em leitos de UTI para covid-19.

Para Elias Leite, a situação atual se assemelha aos meses iniciais da pandemia, em 2020. "Estamos há dias transformando as nossas unidades em UTI, como a gente fez no primeiro momento", ressaltou, referindo-se especificamente a abril e maio de 2020, considerados os "piores" da pandemia no HRU.

O cenário problemático se acentua, destacou Elias, porque "as outras coisas estão acontecendo". "Acidentes, infartos, cirurgias. Em maio (de 2020), como teve o isolamento social, tinha menos acidentes e problemas que acontecem no dia-a-dia. Agora, não. Os números estão subindo, mas as pessoas estão levando uma vida normal", apontou.

O médico demonstrou preocupação com o cenário do mês de fevereiro, lembrando em especial do carnaval, que aconteceria a partir do sábado, 13. "No final de semana que vem teoricamente é o carnaval e não sei como as pessoas vão se comportar. Tenho muito medo, qualquer aglomeração nesse momento é extremamente maléfica para a situação da gente", sublinhou.

A expectativa, projetou Elias, já é de alta pelo menos até o fim do mês. "As projeções da gente mostram que os números continuam subindo. A gente está, na minha opinião, mais ou menos um mês atrás de Manaus, que vinha num platô, depois começou a subir de forma mais lenta e, depois, em dezembro e janeiro subiu muito. A gente está começando a subir de forma mais rápida agora, então estou preocupado com isso. Não estou afirmando que vai ser a mesma subida, mas nossa preocupação é que fevereiro vai ser bem complicado", salientou.

Segundo Flávio Deulefeu, diretor presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) - organização social gestora dos hospitais Waldemar Alcântara, HRN, HRC, HRSC e Leonardo da Vinci -, a média de ocupação de leitos de UTI nos equipamentos de saúde está entre 90% e 95%.

"Estamos aumentando o número de leitos de enfermaria e UTI para pacientes de covid. Nas unidades que gerenciamos, aumentaremos em torno de 160 leitos com o objetivo de abertura de todos em até 10 dias", afirmou o diretor do ISGH ao O POVO. A expectativa, porém, é conseguir abri-los em ainda menos tempo, em cerca de uma semana.

Em nota enviada ao O POVO, o Hospital Monte Klinikum afimou que está operando "dentro de sua capacidade de atendimento" e "monitorando o aumento de casos diariamente para adoção de novas medidas que visam ajustar a operação dentro das melhores práticas", como o aumento do número de leitos e ampliação da equipe assistencial.

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