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Apesar das chuvas, volume dos açudes cearenses reduz em fevereiro
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Apesar das chuvas, volume dos açudes cearenses reduz em fevereiro

Precipitações registradas entre 29 de janeiro e 28 de fevereiro deste ano ficaram dentro da média histórica para o mês
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BARRAGEM do Batalhão, em Crateús, é o segundo açude a sangrar em 2021  (Foto: Divulgação/Cogerh)
Foto: Divulgação/Cogerh BARRAGEM do Batalhão, em Crateús, é o segundo açude a sangrar em 2021

O volume de água armazenado nos reservatórios cearenses reduziu 14.410.198 metros cúbicos (m³), entre 29 de janeiro e 28 de fevereiro, conforme balanço da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Em 31 dias, 133 açudes monitorados registraram aporte de 146.111.865 m³, considerando a estimativa do volume total evaporado e liberado dos equipamentos. Com capacidade para 18.595.000 m³, o volume atual armazenado é de 4.573.000 m³, cerca de 24,6%.

Maior açude do Estado, o Castanhão, localizado no município de Alto Santo, teve redução de 29.580.992 m³ no volume. Hoje, o equipamento encontra-se com 10,12% do volume ocupado. O Orós, instalado no município homônimo, está com 20,13%. No último mês, houve queda de 2.136.544 m³ de água. O terceiro maior equipamento, o Banabuiú, também no município de mesmo nome, reduziu 539.984 m³ do volume total e encontra-se com ocupação de 11,66%.

Em janeiro, os três maiores reservatórios cearenses estavam com volume ainda em situação de alerta: Castanhão (11,19%), Orós (20,87%) e Banabuiú (12,02%). Apesar disso, os percentuais eram os mais positivos dos últimos anos.

Nesta segunda-feira, 1º de março, sangrou o segundo açude monitorado pela Cogerh. A barragem do Batalhão, no município de Crateús, a 359 km da Capital cearense, amanheceu transbordando. A lâmina de sangria atingiu 12 centímetros. A barragem do Batalhão é garantia hídrica para a cidade.

Para a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), a redução de volume pode estar relacionada às previsões de quadra chuvosa abaixo da média. "Cada ano tem uma característica diferente de acordo com a quadra chuvosa. Em 2020 tivemos uma boa quadra em relação a aporte e evaporação".

Questionada se a redução do volume dos reservatórios pode mudar a política de liberação de água dos equipamentos, a SRH comenta: "A Cogerh mantém a decisão da gestão dos reservatórios em acordo com os comitês de bacia, nas reuniões ficam definidas as liberações de cada região. As águas do São Francisco também vão aportar o Castanhão, com a liberação da comporta do CAC (Cinturão das Águas do Ceará), o que vai garantir o aumento da segurança hídrica da RMF (Região Metropolitana de Fortaleza), Baixo Jaguaribe e Cariri".

Prognóstico para quadra chuvosa

Apesar do prognóstico apontar para a quadra chuvosa a possibilidade de 50% de precipitações abaixo da média, o mês de fevereiro registrou precipitações dentro da média. 

Dados preliminares da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam que o acumulado parcial até este domingo, 28, foi de 138,2 milímetros. O desvio positivo em relação à normal climatológica mensal é de 16,2%, porém, conforme a entidade, ainda se encontra dentro da normalidade, pois o limite para precipitações acima da média é de 147,3 mm.

Volume das bacias hidrográficas do Ceará. A cor azul indica o volume ocupado.
Volume das bacias hidrográficas do Ceará. A cor azul indica o volume ocupado. (Foto: Reprodução / Portal Hidrográfico)

Conforme o Portal Hidrológico do Ceará, a bacia hidrográfica com melhor situação é a do Acaraú, com 70,3% ocupada. A bacia do Alto Jaguaribe está com 26,6% do volume total preenchido. Banabuiú e Médio Jaguaribe têm 10,4% e 9,7%, respectivamente.

A quadra chuvosa de 2020 registrou volume médio de 34,8% dos reservatórios, considerado o melhor dos últimos sete anos. Em 2013, o acumulado foi de 46,6% da capacidade. No ano anterior, o volume foi de 64%.

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