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Fortaleza tem lojas abertas irregularmente, trânsito intenso e pessoas sem máscara nas ruas
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Fortaleza tem lojas abertas irregularmente, trânsito intenso e pessoas sem máscara nas ruas

Lockdown. Periferia
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 15-03-2021: Bairro de Messejana.  Movimentação da cidade no lockdown nesta segunda feira. (Foto:Júlio Caesar / O Povo) (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR FORTALEZA, CE, BRASIL, 15-03-2021: Bairro de Messejana. Movimentação da cidade no lockdown nesta segunda feira. (Foto:Júlio Caesar / O Povo)

A adesão aos decretos municipal e estadual que impõem o lockdown em todo o Ceará até o próximo dia 21, para conter o avanço da Covid-19, ainda está longe de ser realidade. Quem percorre a Capital cearense percebe inúmeros estabelecimentos abertos irregularmente, grande fluxo de veículos e, principalmente em áreas da periferia, intensa movimentação de pessoas na rua, parte delas sem uso correto de máscaras ou desrespeitando o distanciamento social.

O POVO visitou alguns bairros na manhã de ontem,15, e identificou descumprimentos básicos. No Centro de Fortaleza, a população de rua continua sem proteção, máscara ou qualquer medida que os auxilie no enfrentamento ao vírus. Mesmo com parte das lojas fechadas, a área estava com bastante fluxo de automóveis no horário.

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O montador de estruturas Douglas Ramires, 23, após cumprir sete dias de afastamento do trabalho por motivos de doença, aguardava ser testado para Covid-19 no posto de testagem instalado na Praça do Ferreira. "Eu sinto medo porque, a qualquer momento, eu ou minha mãe, por exemplo, podemos pegar essa doença. Infelizmente a gente não vê. É uma doença invisível. É como se nós estivéssemos vivendo um terror", comenta.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 15-03-2021: Praça do Ferreira - Centro. Movimentação da cidade no lockdown nesta segunda feira. (Foto:Júlio Caesar / O Povo)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 15-03-2021: Praça do Ferreira - Centro. Movimentação da cidade no lockdown nesta segunda feira. (Foto:Júlio Caesar / O Povo) (Foto: JÚLIO CAESAR)

Na avenida Alberto Magno, no Montese, também havia grande circulação de pessoas. Barbearias, casas de jogos e lojas para aluguel de vestidos para noiva, mesmo proibidas, funcionavam durante a manhã.

Na Oscar Araripe, principal avenida do bairro Bom Jardim, tendas para venda de frutas e verduras estavam atendendo normalmente. Papelaria, lojas técnicas de informática e bancas de revistas funcionavam à meia-porta. Em determinado ponto da via, um casal vendia roupas em um caminhão.

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Para Lúcia Albuquerque, do Comitê Popular de Enfrentamento à Covid-19 do Bom Jardim, a pandemia acentuou diversos processos de exclusão que a periferia vive há muitos anos. "Se você imaginar que, nessa região, nós temos baixa cobertura de saneamento básico, problemas graves em algumas áreas aqui do Grande Bom Jardim, que oficialmente são cinco bairros e mais de 30 comunidades de pertencimento, há um grande déficit habitacional. Tem gente que vive em um cômodo com dez, 12 pessoas. Ainda mais com crianças sem ir para a escola, isso significa mais gente dentro de casa. Então, o isolamento social fica mais difícil. Isso não necessariamente é uma justificativa", destaca.

Bairro do Bom Jardim. Movimentação da cidade no lockdown nesta segunda feira.
Bairro do Bom Jardim. Movimentação da cidade no lockdown nesta segunda feira. (Foto: JÚLIO CAESAR)

Próximo à igreja Matriz, na praça da Messejana, uma família trabalhava vendendo máscaras. Quase uma dezena de varais com diversas opções de proteção estava montado no local. O chefe do negócio, em conversa com um fornecedor, alertava que, em instantes, deveria desmontar a estrutura porque a fiscalização chegaria por ali.(Ítalo Cosme)

 

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