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Edifício São Pedro: sócio diz que retirou segurança por causa de ameaças
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Edifício São Pedro: sócio diz que retirou segurança por causa de ameaças

|SAQUES| Diretor administrativo da Philomeno Imoveis e Participações quer agilidade para construir novo prédio no local
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EDIFÍCIO São Pedro, sem segurança, é saqueado (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA EDIFÍCIO São Pedro, sem segurança, é saqueado

A segurança privada do Edifício São Pedro foi retirada do local após ameaças de mortes e confronto contra os funcionários. A informação é do diretor administrativo da Philomeno Imoveis e Participacões S.A, sócia majoritária do Edifício, Alexandre Gentil Philomeno Gomes. Ele conversou com O POVO ontem, 23, após reportagem que mostrou saques contra o prédio, localizado na Praia de Iracema.

Gomes detalha que há 20 dias registrou Boletim de Ocorrência contra os crimes e que a depredação da estrutura estava comprometendo ainda mais a segurança de quem circula na área e podia ocasionar um desmoronamento do edifício. Após denúncia formalizada, segundo ele, equipe da polícia municipal ficou no local por uma semana durante os três turnos do dia, mas depois que deixaram de fazer a guarda, os ataques contra o patrimônio voltaram a acontecer.

"Na primeira tentativa de invasão, a polícia botou 30 pessoas para fora do prédio. A opinião pública precisa ter a ciência de que a família não está sendo negligente. A família está tomando conta do imóvel. O funcionário foi desafiado, ele teve de se defender e deu duas facadas em duas pessoas que tentaram invadir o prédio", afirma o empresário do ramo imobiliário.

E complementa: "Nós já fizemos tudo o que foi necessário para a política da boa vizinhança e, assim, evitar uma tragédia. Eu, como proprietário, não vou para lá armado para brigar com 30, 40 pessoas. É furto. É questão de secretaria, de polícia."

Para além dos saques que vão desde tubulações a portas e janelas da edificação, Alexandre detalha que documentos guardados no Edifício também foram levados. O sócio comenta que são papéis históricos, comprovantes de compras, por exemplo, deixados para trás quando o prédio foi notificado por risco de desmoronamento.

"O que nossa família clama é pela rapidez das ações, aprovação do TAC para construção do novo empreendimento. Caso ocorra acidente, nós já comunicamos a todos os órgãos públicos o que pode acontecer. Se um cara bater numa coluna, pode acontecer um efeito dominó e o prédio desmoronar", diz ao listar que já levou o caso à regional 12, à Polícia, à secretaria do Turismo do Estado, que, conforme ele, "foram todos muitos solícitos e ajudaram no primeiro ataque". Porém, "no segundo ataque, nós fomos pegos de surpresa. Era um final de semana. Eu só fui saber no domingo. Apesar de ter muita polícia no aterro (da Praia de Iracema), eles não fizeram nada".

Philomeno afirma que deve entrar com um memorando para isolar as calçadas afim de evitar que marquises caiam em cima de transeuntes. O sócio majoritário confia que a intervenção apenas não é necessária pelo lado da avenida Historiador Raimundo Girão.

Em coro ao que defende a família, o empresário pede que Samuel Dias, secretario de infraestrutura de Fortaleza, e o prefeito da capital, José Sarto, autorizem a construção do novo empreendimento no local. Para fortalecer o pedido, lembra que o caso já tramita há alguns anos e que ele já tem aval de órgãos públicos para demolir o antigo Iracema Plaza Hotel.

Um projeto apresentado para o local previa a construção de prédio de mais de 20 andares. Uma parte da atual estrutura seria preservada e outra seria demolida. Veja detalhes aqui.

São Pedro

A edificação data da década de 1950. À época, a estrutura foi pioneira no avanço imobiliário verticalizado e no setor hoteleiro na capital cearense. O Edifício São Pedro está em tombamento provisório desde 2015. O processo agora passa por revisão. 

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