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Mais da metade dos cearenses que morreram por Covid-19 não tinham comorbidades
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Mais da metade dos cearenses que morreram por Covid-19 não tinham comorbidades

|DESDE 2020| Em um ano desde o primeiro óbito pelo novo coronavírus, proporção de vítimas com doenças preexistentes caiu. Cardiopatias e diabetes, entretanto, seguem como importantes fatores de risco
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Cemitério do Bom Jardim (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Cemitério do Bom Jardim

Dos mais de 14,8 mil cearenses que morreram por Covid-19 no Ceará, pelo menos 6,2 mil foram de pacientes com comorbidades. O número representa 42,3% do total de óbitos no Estado, até o momento. Em Fortaleza, mais de 2,8 mil das vítimas da pandemia apresentavam alguma comorbidade - o equivalente a 44,7% das mortes na Capital. Posto de outra forma, 57,7% dos cearenses que morreram por Covid-19 não tinha doenças anteriores; em Fortaleza, 55,3%. Os dados são da plataforma IntegraSUS, atualizados às 10 horas de ontem, 7 de abril.

 Desde a primeira morte por coronavírus registrada no Ceará, em 26 de março de 2020, a proporção de pacientes com comorbidades entre o total de óbitos vem decrescendo. Entre as primeiras vítimas, o índice variava por volta dos 80%. Em setembro, seis meses depois, girou em torno de 50%. Desde janeiro vem caindo de 53% aos atuais 42%.

As principais doenças pré-existentes associadas seguem sendo cardiopatias - com mais de 4 mil óbitos - e a diabetes mellitus - com quase 3,2 mil mortes. Doença neurológica, doença renal e obesidade vêm em seguida.

 "A Covid-19 provoca um quadro inflamatório generalizado grave que tem repercussão negativa sobre o coração e perdura no organismo da pessoa por dois ou três meses após a recuperação", explica Glauber Gean Vasconcelos, coordenador da Residência de Cardiologia do Hospital de Messejana. Glauber esclarece ainda que a Covid-19 provoca alterações imunológicas que também afetam o coração. "Essas questões levam à piora dos quadros pré-existentes, mas também desencadearam complicações em pessoas sem qualquer diagnóstico cardiovascular anterior", aponta o médico.

Leia também: Reinfecção por Covid-19 pode vir acompanhada de sintomas mais fortes, aponta estudo

A cardiologista Danielli Lino explica que é importante manter as doenças de base controladas. "Os pacientes cardiopatas devem ter atenção especial com seus tratamentos, seguir corretamente a prescrição médica e os cuidados com suas doenças de base. Também é importante não descuidar da alimentação, ter um sono adequado, tentar na medida do possível praticar alguma atividade física em casa e sem dúvidas cuidar da saúde mental", orienta.

O Ceará registra 564.524 casos acumulados e 14.884 óbitos por Covid-19 nesta quarta-feira, 7. Três óbitos ocorreram nas últimas 24 horas.

 

Prioridade na vacinação

O Plano de Operacionalização da Vacinação estima que 627.572 cearenses tenham alguma doença crônica. Estas pessoas estão entre as prioridades para a 3ª fase de imunização contra a Covid-19, planejada para acontecer em abril e maio de 2021.

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