Um edital lançado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) abriu chamamento público para a contratação imediata de estrutura de hotelaria ou outros equipamentos que possam dar suporte na desospitalização de pacientes portadores de Covid-19 ou outras investigações. Os detalhes foram publicados no Diário Oficial do Estado dessa terça-feira, 13.
A desospitalização de pacientes estabilizados que necessitam apenas de reabilitação colabora para a recuperação e diminuição da incidência de reinfecção hospitalar. A estratégia também otimiza a liberação de leitos no sistema de saúde, conforme O POVO mostrou anteriormente. Hoje, a Sesa desospitaliza por meio do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD).
"A ideia é interessante e não é nova. A Inglaterra fez isso na sua rede de saúde para aumentar a rotatividade dos leitos e prevenir infecções. Aqui no Ceará teria a mesma finalidade e poderia, por exemplo, prevenir KPC, uma superbactéria hospitalar, o que seria algo complicado de enfrentar para alguém ainda em recuperação da Covid-19", analisa a enfermeira Thereza Maria Magalhães Moreira.
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Professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ela destaca ainda que a estratégia também seria benéfica para os hotéis, que têm recebido menos turistas devido à pandemia. "É necessário apenas ter protocolos bem definidos para os pacientes que ficarão nesses hotéis, bem como para as pessoas e o ambiente no seu entorno", complementa.
Na noite de ontem, a taxa de ocupação de leitos para pacientes adultos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Ceará era de 96,1%. Considerando também os leitos nas unidades gestante, infantil e neonatal, a taxa de ocupação no Estado era de 93,1%, conforme indicava o IntegraSUS, plataforma da Sesa, às 19h05min. Das 51 unidades de saúde com esse tipo de leito para pacientes com Covid-19 no Ceará, 23 (ou 45% do total) não tinham mais vagas. Outros 15 apresentavam lotação entre 90% e 98,4%.
A convocação realizada pelo Governo ao setor de hotelaria estabelece a disponibilidade entre 100 e 200 quartos, que auxiliarão nos cuidados de transição entre a estrutura hospitalar e o domicílio. O espaço deverá acomodar a instalação de 100 a 300 leitos e ser localizado em Fortaleza. É preciso também que haja área verde extensa e circulação de ar fresco. Outra exigência é que a estrutura proporcione conforto, tranquilidade e acessibilidade, com quartos individuais ou semi-privativos, incluindo banheiros, armários e camas. (Colaborou Gabriela Custódio)
Quem não pode participar
Não poderão participar do chamamento pessoas jurídicas:
- Com estado de insolvência civil, sob processo de falência, dissolução, fusão, cisão, incorporação e liquidação;
- Vetadas de licitar e contratar com a administração;
- Suspensas temporariamente de participar de licitação e impedidas de contratar com a administração e declarantes inaptos pela Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes desta condição.
- Servidores públicos ou empresas cujos dirigentes, gerentes, sócios ou componentes de seu quadro sejam funcionários ou empregados públicos da entidade contratante ou responsável pela licitação;
- Empresas estrangeiras não autorizadas a comercializar no País e aquelas em que o estatuto ou contrato social não inclua em seu objetivo social atividade compatível ao edital.
As propostas devem ser encaminhadas em papel timbrado e assinado pelo representante legal redigida em língua portuguesa em linguagem clara e concisa, sem emendas, rasuras ou entrelinhas, dentro do prazo definido, para o e-mail: cogbi@saude.ce.gov.br
Colocar com campo “Assunto”: Chamamento Público/Sesa – Hotelaria para Desospitalização.