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16 municípios do Ceará podem ficar sem medicamentos para intubação
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16 municípios do Ceará podem ficar sem medicamentos para intubação

|LEVANTAMENTO| Dado foi revelado em consulta feita pela CNM e divulgada nesta sexta-feira, 16. Ao todo, 48 cidades cearenses participaram do balanço
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MEDICAMENTOS necessários para intubação foram doados por empresários 
 (Foto: Américo Antonio/Sesa)
Foto: Américo Antonio/Sesa MEDICAMENTOS necessários para intubação foram doados por empresários

Um total de 16 municípios do Ceará estão correndo o risco iminente de ficar sem os medicamentos que compõe o "kit intubação", essencial para o procedimento utilizado em casos graves de Covid-19, conforme consulta feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e divulgada nesta sexta-feira, 16. O órgão realizou o levantamento a partir de informações passadas por gestores das localidades e alegou não ser possível discriminar o nome dos municípios cearenses que contribuíram com o balanço.

A instituição tem realizado semanalmente um questionário para saber sobre a atual situação da pandemia nas cidades brasileiras, encaminhando perguntas para pessoas responsáveis pela gestão de cada região. As respostas divulgadas hoje foram dadas entre os dias 12 a 15 de abril, e mostram que há uma preocupação de gestores quanto ao abastecimento de insumos necessários para o processo de intubação.

No Ceará, 48 municípios participaram da pesquisa e responderam ao questionário. Desses, 16 (33,3%) alegaram que existe possibilidade de que os medicamentos faltem ainda nesta semana e 29 (60,4%) disseram que não correm o risco de ficar sem insumos durante o período. Três cidades (6,3%) decidiram não responder a essa questão e se abstiveram.

Além de revelar a preocupação de gestores cearenses quanto a falta dos insumos, o balanço também apontou que existe um risco de faltar oxigênio nas unidades médicas de 16 (33%) dos municípios da Unidade Federativa que responderam ao questionário. Outras 32 cidades (66,7%) alegaram que não enfrentariam escassez do equipamento durante o período.

O cenário de desabastecimento dos medicamentos ocorre não apenas em cidades cearenses como em outras espalhadas por diversos estados brasileiros. Ao todo, a pesquisa identificou que 975 municípios do País correm o risco iminente de ficar sem os medicamentos do kit durante esta semana, conforme afirmou gestores em questionário. Um total de 391 lideres ainda demostraram o medo de que unidades médicas ficassem sem oxigênio no período.

Escassez ocorre no momento em que o Brasil vem batendo recordes de mortes provocadas pela doença, com cidades registrando altos índices de internações e um disparo no número de pessoas que aguardam por um leito de UTI. Na tentativa de sanar o problema de desabastecimento de medicamentos, empresas como o Itaú Unibanco, Petrobras e Vale doaram ao Ministério da Saúde (MS) 2,3 milhões de kits para intubação de pacientes com Covid-19.

Os insumos chegaram na quinta-feira passada, 15, no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), e foram fabricados em Lianyungang, na China. Entre os medicamentos doados pelo grupo estão sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides, que devem ser distribuídos pela pasta de saúde a todas as Unidades Federativas.

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