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Lewandowski autoriza Ceará a aplicar Sputnik V se Anvisa não se manifestar
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Lewandowski autoriza Ceará a aplicar Sputnik V se Anvisa não se manifestar

| COVID-19| Caso a Anvisa não se manifeste dentro do prazo estabelecido, o Estado tem autorização para importar e distribuir o imunizante, "sob sua exclusiva responsabilidade, e desde que observadas as cautelas e recomendações do fabricante e das autoridades médicas"
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CEARÁ acertou a compra de 5,87 milhões de doses da Sputnik V (Foto: Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya)
Foto: Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya CEARÁ acertou a compra de 5,87 milhões de doses da Sputnik V

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta segunda-feira, 19, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem até a semana que vem para comunicar decisão sobre a importação “excepcional e temporária” de doses da vacina russa Sputnik V para o Governo do Ceará. Com liminar deferida, ficou estabelecido o prazo máximo de 30 dias, a contar de 31 de março último, para a decisão da Anvisa.

Caso a Anvisa não se manifeste dentro do prazo estabelecido, o Estado tem autorização para importar e distribuir o imunizante, “sob sua exclusiva responsabilidade, e desde que observadas as cautelas e recomendações do fabricante e das autoridades médicas”.

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A decisão foi assinada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Com isso, o Ceará se torna o segundo estado brasileiro com permissão para importar o imunobiológico a depender de uma resposta da Anvisa. Na última terça-feira, 13, o ministro já havia autorizado o governo do Maranhão.

No território maranhense, a decisão acontece com as mesmas configurações: o governo de Flávio Dino (PCdoB) poderá importar e aplicar a Sputnik V, mediante orientações, caso a Anvisa não expresse nenhum posicionamento quanto ao uso da vacina.

O contrato entre o Ceará e o Fundo Soberano Russo para compra direta de 5,87 milhões de doses da Sputnik V foi assinado em 19 de março último
O contrato entre o Ceará e o Fundo Soberano Russo para compra direta de 5,87 milhões de doses da Sputnik V foi assinado em 19 de março último (Foto: AFP)

Há uma semana, o governador Camilo Santana (PT) informou ter entrado com uma ação no STF para que a Anvisa autorizasse a liberação das doses do imunizante. Desde a semana anterior, o petista reclamava da falta de agilidade da agência para liberação dos imunizantes.

Camilo também havia mencionado que os governadores do Nordeste avaliavam a possibilidade de ir à Justiça para que as vacinas russas da Sputnik V fossem liberadas para entrar no País. “Há urgência dessa aquisição das vacinas para imunizar a população do Ceará”, disse o chefe do Executivo cearense, à época. Logo após o anúncio da decisão do ministro do STF, Camilo se posicionou em rede social: "Continuamos firmes nessa luta. Só descansarei quando todos os cearenses estiverem vacinados". 

O contrato entre governo cearense e o Fundo Soberano Russo para compra direta de 5,87 milhões de doses da vacina Sputnik V foi assinado em 19 de março último. A expectativa é que a entrega dos imunizantes deva ocorrer em quatro lotes: abril, maio, junho e julho. A quantidade por remessa não foi divulgada.

A compra foi realizada logo após a Assembleia Legislativa do Ceará, no dia 16 de março, autorizar a compra por meio de Projeto de Lei que tramitou em regime de urgência. Por outro lado, o texto não apontou prazo para a chegada das doses em território cearense.

Em todo o Ceará, são aplicadas as vacinas Coronavac/Butantan e Oxford/AstraZeneca. Até o momento, 1.597.280 doses foram aplicadas, sendo 1.160.621 de primeira dose, e 436.659 de segunda dose, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

O Ceará registra 623.781 casos acumulados e 16.307 óbitos por Covid-19 até esta segunda-feira, 19. Nas últimas 24 horas, cinco mortes por Covid-19 foram registradas no Estado. Os dados foram consolidados na plataforma IntegraSUS, da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), às 17h13min. São 734 diagnósticos positivos e 72 vítimas a mais do que o total registrado no boletim desse domingo, 18, quando a plataforma havia sido atualizada pela última vez.

Há ainda 426.928 pessoas já recuperadas da doença e 91.990 casos sob investigação, aguardando resultado de exames já realizados. A taxa de letalidade, atualmente, é de 2,6%; no começo de maio de 2020, a taxa era de 7,7%. O número de exames realizados é de 1.807.699.

 

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