Apesar da decisão de reabertura do comércio cearense, a taxa de ocupação de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) do Estado segue alta. No início do lockdown estadual, no dia 13 de março, a ocupação era de 91,93%. Já no dia 12 de abril, data da reabertura comercial, a taxa era de 93,43%. O percentual apresenta uma redução tímida nessa quarta-feira, 21, registrando 90,8% - considerando todos os municípios.
Por outro lado, Fortaleza saiu da marca de 92,46% de ocupação de UTIs para 88,55%, entre o primeiro dia de lockdown na Capital (5 de março) e essa quarta-feira. A lotação é similar entre os atendimentos de saúde públicos ou privados. As entidades sem fins lucrativos de Fortaleza seguem com UTIs 100% lotadas. Os dados são da plataforma IntegraSUS, atualizados às 15h4min do dia 21 de abril.
Os dados reforçam a importância do isolamento social rígido mesmo durante a abertura, com toque de recolher durante a semana e lockdown no sábado e domingo. Na live de anúncio da reabertura, do dia 10 de abril, o governador Camilo Santana (PT) chegou a afirmar que há tendência de redução dos números de casos e na procura de atendimento, mesmo com a situação grave. Afinal, só é possível identificar os efeitos das medidas a partir dos 14 dias após a implementação delas - é a chamada semana epidemiológica, período no qual a doença se instala e provoca sintomas.
O Ceará tem 29 municípios (de 184) com taxa de ocupação de leitos acima de 80%. Desses, nove atuam no máximo: Barreira, Baturité, Boa Viagem, Canindé, Irauçuba, Jaguaribe, Jijoca de Jericoacoara, Maranguape e Tejuçuoca.
Matematicamente, Aiuaba também entra como superlotada, apresentando 150% de ocupação. Mas a ocupação real é de três leitos de enfermaria voltados para adultos - um a mais do que os disponíveis, oficialmente, no Hospital Nossa Senhora do Patrocínio.
No Estado, já foram confirmados 634.609 casos de Covid-19 até ontem, 21, além de 16.593 mortos. Foram seis pessoas vítimas do novo coronavírus entre terça-feira e quarta-feira. Assim, a doença tem letalidade de 2,6% no Ceará. Sobreviveram à doença 433.321 pessoas no Estado.