Uma análise realizada no açude Castanhão, por meio do setor de Desenvolvimento Operacional da Cogerh apontou uma tendência de queda dos níveis de oxigênio da água do reservatório para o trimestre entre os meses de abril a junho de 2021.
Esse cenário, somado ao baixo volume do reservatório, que hoje possui pouco mais de 12% de sua capacidade máxima, pode resultar em ocorrência de mortandade de peixes. Ainda em 2018, o levantamento já havia apontado a relação direta entre a queda do volume do açude com o fenômeno da eutrofização, o que resulta em uma baixa concentração de oxigênio dissolvido na água.
De acordo com as amostras analisadas entre janeiro e março deste ano, há uma queda na concentração de oxigênio dissolvido nas camadas mais profundas do reservatório. Segundo Mário Barros, analista em gestão de Recursos Hídricos da Cogerh e doutor em Recursos Hídricos, o oxigênio dissolvido é o fator mais importante para a sobrevivência dos peixes no meio aquático.
"É de se esperar que, com a intensificação da estação chuvosa e o maior aporte de água vindo do rio, haja estratificações térmicas mais intensas. Esse fator, atrelado a temperaturas mais altas, dificulta a solubilidade do oxigênio para camadas mais profundas, criando um ambiente anaeróbio com proliferação de gases tóxicos, tais como amônia, gás carbônico, entre outros. Esse cenário está se iniciando discretamente, mas pode ser intensificado e resultar na mortandade de peixes", destacou Mário.(Colaborou Mateus Brisa)