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Pacientes com Covid-19 em reabilitação serão levados para Recanto Uirapuru
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Pacientes com Covid-19 em reabilitação serão levados para Recanto Uirapuru

| Ceará | Transição entre hospital e domicílio garante suporte ao passo em que otimiza liberação de leitos hospitalares
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Camilo Santana apresenta casa de Cuidados do Ceará (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Camilo Santana apresenta casa de Cuidados do Ceará

Na próxima segunda-feira, 21, a Casa de Cuidados do Ceará começa a funcionar para dar suporte na desospitalização de pacientes com Covid-19. O local é destinado para a transição entre o hospital e o domicílio de pacientes de longa internação. Dessa forma, garante suporte para pessoas com quadro estabilizado oferendo apoio de uma equipe multiprofissional de saúde e, consequentemente, otimiza liberação de leitos hospitalares. O serviço foi estruturado no Hotel Recanto Uirapuru, em Fortaleza, e contará com 130 leitos.

Os pacientes atendidos vão ser regulados pela Central de Regulação do Estado, conforme a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa). Se encaixam no perfil os pacientes com debilidades devido ao período de internação pela infecção, como a necessidade de reabilitação das funções motoras e fisioterapia respiratória.

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O governador Camilo Santana (PT) apresentou o local ontem, 16, em transmissão ao vivo realizada nas redes sociais. "É uma ação pioneira, não conhecemos nenhuma nesse porte em outro estado. Vai ser importante para acolher, receber e humanizar o tratamento para pacientes de Covid-19 e suas famílias", ressaltou.

Os leitos serão distribuídos em três blocos, todos com acessibilidade, onde os pacientes poderão ficar com acompanhantes. Os acolhidos terão suporte de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, médicos, assistentes sociais e fonoaudiólogos. A Casa conta com toda a estrutura de hotelaria, incluindo restaurante.

Camilo apresenta Casa de Repouso
Camilo apresenta Casa de Repouso (Foto: Divulgação)

No futuro, o local poderá também receber outros pacientes de longa permanência, segundo explicou Cláudia Regina Fernandes, assessora da Secretaria Executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional da Sesa.

"Posteriormente, poderemos atender outros pacientes de longa permanência, sequelados de AVC, em situações de finitude da vida, como neoplasias avançadas, que precisam de cuidado", comentou. Ainda segundo Cláudia, a ideia é que o projeto seja replicado para todo o Estado.

O governador Camilo também afirmou que futuramente a Casa poderá funcionar ainda como um espaço para formação de cuidadores. O titular da Sesa, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, Dr. Cabeto, ressaltou na live que o equipamento reforça a política de tratamento humanizado disseminada pelo Estado.

"Fica muito clara a necessidade do sistema de saúde de estar cada vez mais perto das pessoas, acolher nas diversas fases do tratamento. A gente tem falado aqui em UTI, em internações em leitos complexos, mas nós queremos também disponibilizar um local para integrar essas pessoas na sociedade de uma maneira muito humanizada", destacou.

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A pesquisadora Thereza Magalhães, professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), frisa que a desospitalização permite acompanhamento do paciente ao passo em que libera o leito hospitalar. "Alguns pacientes ficam muito debilitados. Precisam de reabilitação respiratória com fisioterapeuta, medicação endovenosa, alimentação controlada com necessidade de suplementação de proteínas e aminoácidos", exemplifica.

Ela destaca que nos hospitais também há mais riscos de o paciente contrair contaminantes como alguma bactéria. Montar uma equipe dessas para acompanhamento em cada casa, por outro lado, seria muito mais caro. O tempo de permanência depende do quadro de cada paciente e está atrelado à lesão que a resposta imunológica teve ao vírus. (Colaborou Lais Oliveira/Especial para O POVO)

 

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