Mesmo com a flexibilização das regras de distanciamento social no Ceará, vale lembrar que a pandemia ainda não acabou. A Prefeitura de Fortaleza já alertou que o mês de julho é um período em que o nível de circulação de turistas tende a subir na Capital, o que acaba trazendo visitantes que residem em áreas com níveis de circulação viral maior do que Fortaleza.
O epidemiologista Marcelo Gurgel, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), aponta que as pessoas devem evitar espaços lotados. "Vai ter mais gente circulando, o que coincide com mais locais abertos, como restaurantes, cinemas e as barracas de praia, tudo isso concorre para que se tenham mais aglomerações. O cuidado é a questão de sempre manter a separação entre as pessoas", diz Gurgel.
Em relação aos restaurantes e até mesmo as barracas de praia, Gurgel relata que um bom exemplo a ser seguido é o modelo adotado na Inglaterra, onde os locais que oferecem refeições fora do lar autorizam que as mesas sejam compartilhadas por pessoas da mesma família, além de disponibilizarem mesas menores e com poucas pessoas.
Segundo o epidemiologista, o uso de máscara é imprescindível. "Quem estiver trabalhando nesses locais precisa estar de máscara, não tem sentido pedir máscara para quem está consumindo, não tem como ficar tirando a máscara toda vez que vai colocar um alimento na boca. Mas, quem for circular ou os que trabalham no local têm de estar sempre de máscara", destaca.
Questionado sobre os cuidados que devem ser adotados em ambientes fechados como cinemas e museus, Gurgel esclarece que os locais precisam dispor de álcool em gel, além da preocupação em manter o distanciamento social e escalonar o horário de funcionamento. Visitas em grupo devem ser evitadas.
Sobre o uso da faixa de areia das praias da Capital e dos parques abertos disponíveis, o epidemiologista ressalta que esse tipo de ambiente é o ideal para quem busca reduzir as chances de contaminação durante as férias. "São ambientes bem mais tranquilos, nesses locais você não confina as pessoas, tem muito mais espaço. O vírus se propaga na falta de etiqueta respiratória. Ficar ao ar livre é o ideal, é saudável, tomando todos os cuidados, é menos provável pegar o vírus nesse tipo de ambiente", finaliza.