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Megaoperação fecha o cerco contra traficantes que ameaçam moradores de conjuntos habitacionais em Fortaleza
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Megaoperação fecha o cerco contra traficantes que ameaçam moradores de conjuntos habitacionais em Fortaleza

Força-tarefa contou com a participação de mais de 300 agentes de segurança, que realizaram pelo menos 600 abordagens
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Durante operação, pelo menos oito pessoas ainda foram presas em flagrante por furto de energia elétrica
 (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Durante operação, pelo menos oito pessoas ainda foram presas em flagrante por furto de energia elétrica

Forças de Segurança do Estado e da Prefeitura de Fortaleza fizeram uma megaoperação policial nesta quarta-feira, 21, mirando grupos criminosos que teriam ameaçado moradores do Residencial Cidade Jardim, no bairro José Walter. A ação ocorreu no âmbito da segunda fase da Operação Domus, coordenada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). Durante a ofensiva, os agentes realizaram mais de 600 abordagens e apreenderam 37 pinos e cinco papelotes de cocaína, 15 munições calibre 38 e uma quantia em cédulas não divulgada. Pelo menos oito pessoas foram presas em flagrante por furto de energia elétrica.

O cerco policial contou com a participação de 310 agentes vinculados à Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e Corpo de Bombeiros. Uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) auxiliou os trabalhos das equipes. Funcionários da Enel, concessionária de energia elétrica no Ceará, e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) também colaboraram com a Operação. Durante a ação, ao menos 24 veículos foram removidos por irregularidades.

De acordo com a SSPDS, dados do setor de inteligência da pasta indicam que a incidência de criminalidade no residencial vem aumentando nos últimos meses. A suspeita é que foragidos da Justiça estejam utilizando a localidade como esconderijo e, em alguns casos, expulsando os moradores de suas residências.

Segundo um morador ouvido pelo O POVO sob a condição de anonimato, os policiais visitaram quase todas as casas do residencial durante a operação. “Eles chegaram cedo, umas 7 horas, foram logo entrando nos apartamentos para saber se os moradores são os verdadeiros proprietários. Teve gente que ficou com medo”, disse.

Um outro morador, que trabalha como vendedor de lanches no local, afirmou que a operação também chegou a interditar estabelecimentos comerciais que funcionavam de forma irregular. “A fiscalização tá derrubando todos esses pontos pequenos de vendas. Eu trabalho certo, não faço nada de errado, mas tenho medo que o mesmo aconteça comigo, porque trabalho com trailer, na rua”, relatou o comerciante, que também pediu sigilo da identidade.

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Nas visitas às residências, os policiais identificaram moradores alvos de ameaças e os encaminharam para a rede de proteção social do Estado. “Visitamos cada imóvel do conjunto habitacional, de morador a morador, estabelecendo um contato pessoal e criando um sentimento de aproximação com a comunidade. Esse trabalho é realizado com uma rede de proteção social multidisciplinar. As vítimas são assistidas no próprio território com advogados, psicólogos e assistência social da SPS (Secretaria de Proteção Social). Isso materializa um sentimento de ordem”, explicou o comandante do Batalhão de Policiamento de Prevenção Especializada (BPEsp), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), o major Messias Mendes, que coordena as ações do Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (GAAV).

Conforme o titular da SSPDS, Sandro Caron, nos próximos dias a Operação Domus deve chegar a outras localidades do Ceará que também são ameaçadas por grupos criminosos. “Vamos atuar em caráter definitivo, em todo e qualquer lugar em que exista denúncias de ameaças ou outros crimes contra moradores”, adianta o Secretário.

Domus 1

A primeira fase da Operação havia sido realizada no dia 15 de julho último, no residencial Alameda das Palmeiras e nos bairros Ancuri e Messejana, também na Capital. Durante os trabalhos, pelo menos 14 pessoas foram presas, 13 por furto de energia e a outra — contra a qual já havia mandado de prisão em aberto — por crime de homicídio.

Na ação, que contou com a participação de 210 profissionais da segurança, cerca de 230 residências com suspeita de desvio de energia elétrica foram inspecionadas por fiscais da Enel.

A palavra Domus é originária do latim e significa lar. Segundo a SSPDS, o objetivo da Operação é manter a sensação de acolhimento e bem-estar em conjuntos habitacionais ameaçados pela atuação de grupos criminosos.

Colaborou Gabriel Borges

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