Logo O POVO+
PF investiga golpe contra beneficiários do auxílio emergencial no Ceará
CIDADES

PF investiga golpe contra beneficiários do auxílio emergencial no Ceará

Operação deflagrada nesta quinta-feira, 22, mira organização criminosa especializadas em fraudar pagamentos do benefício
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Polícia apreendeu cartões, celulares e máquinas durante Operação
 (Foto: divulgação/AscomPF)
Foto: divulgação/AscomPF Polícia apreendeu cartões, celulares e máquinas durante Operação

Uma organização criminosa especializada em fraudar boletos para desviar recursos do auxílio emergencial foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quinta-feira, 22, em seis estados da Federação, incluindo o Ceará. Denominada de “Animus Fraudandi”, a ofensiva policial cumpriu mandados de busca e apreensão em Juazeiro do Norte, no Cariri, e em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Outras 27 ações de buscas também ocorreram em cidades da Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Santa Catarina. As investigações apontam a existência de um esquema fraudulento que roubava informações dos cidadãos para desviar recursos do benefício pago pelo Governo Federal.

Segundo o inquérito, os criminosos usavam dados de pessoas que tiveram o CPF vazado em sites para solicitar o auxílio no aplicativo Caixa Tem. Depois, para conseguir sacar o benefício em nome das vítimas, o grupo burlava o sistema de segurança da plataforma. O POVO procurou a assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal, mas não obteve posicionamento oficial sobre o caso até a publicação desta matéria.

Durante as buscas, os policiais apreenderam celulares, documentos, cartões de crédito, extratos bancários, maquinetas e uma quantia em dinheiro não divulgada pela PF. O material foi recolhido para perícia e deve servir como base para futuros desdobramentos da operação. Caso sejam confirmadas as irregularidades, os envolvidos podem responder por furto qualificado, organização criminosa e estelionato qualificado.

LEIA TAMBÉM | MPF investiga indícios de fraudes em 1,2 mil beneficiários do auxílio emergencial no Ceará

Com participação de aproximadamente 120 policiais federais, a operação também contou com o apoio do Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. Os órgãos vêm atuando em conjunto no Programa de Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE). O objetivo é identificar ilegalidades no pagamento do benefício, desarticular possíveis organizações criminosas, responsabilizar seus integrantes e recuperar os valores para o erário público.

De acordo com a PF, desde o começo da pandemia já foram realizadas 114 operações policiais para combater fraudes ao auxílio pago pelo governo às pessoas mais afetadas pela pandemia. No total, foram expedidos 443 mandados de busca e apreensão e 50 ordens de prisão. O nome da operação deflagrada nesta quinta, 22m, Animus Fraudandi, é originário do latim e significa ‘intenção de fraudar’.

“Covideiros”

Há pouco mais de um mês o Ceará já havia sido palco de uma outra operação da Polícia Federal de combate a fraudes no auxílio emergencial. Nomeada de “Covideiros”, a ofensiva foi realizada no dia 10 de junho, cumprindo três mandados de busca e apreensão nas cidades de Morrinhos, Quixeré e Russas. Na ocasião, também foram realizadas buscas em municípios da zona leste de São Paulo.

Os alvos da Operação foram organizações criminosas especializadas em clonagem de cartões cidadãos. A PF suspeita que as fraudes teriam ocorrido dentro de casas lotéricas localizadas no Ceará e em São Paulo. O inquérito policial também aponta o possível envolvimento dos funcionários dessas casas lotéricas, que teriam sido cooptados pela associação criminosa, recebendo instruções remotamente e obtendo parte dos lucros gerados indevidamente.

As investigações sobre o caso ainda estão em curso e correm sob segredo de Justiça, razão pela qual não foram divulgados os nomes dos suspeitos. Em caso de condenação, eles podem pegar até 11 anos de prisão pelo crime de furto qualificado.

O que você achou desse conteúdo?