A campanha de vacinação contra a Covid-19 no Ceará ganhou, oficialmente, um reforço. Após meses de tratativas com a farmacêutica Sinovac e com o Instituto Butantan, o Governo do Estado assinou, na manhã da segunda-feira, 9, contrato de compra direta de três milhões de doses da CoronaVac. O documento já foi enviado ao Instituto, e as doses extras, solicitadas para 25 de agosto, devem favorecer a meta do Estado de vacinar a população adulta até o fim do mês.
Metade delas será aplicada como primeira dose, e a outra metade, como segunda dose. O objetivo da compra direta é acelerar a vacinação no Estado. "Estamos preparando a estrutura para vacinar todo mundo muito rápido", afirmou o titular da Secretária da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Cabeto.
Com a suspensão da compra da Sputnik V por estados do Nordeste, a compra direta da CoronaVac passou a ser o foco do Ceará. Uma preocupação atual do Governo do Estado é a presença da variante Delta do Sars-Cov-2, coronavírus causador da doença. Já foram confirmados 15 casos de infecção pela variante no Ceará.
"A aquisição dessas três milhões de doses vai ampliar a população vacinada para que a gente possa proteger os cearenses e manter nossas atividades. Evidentemente, mantendo ainda os cuidados, como usar máscara e álcool gel, e seguindo os protocolos sanitários", afirmou Cabeto, em vídeo divulgado à imprensa.
Até as 17 horas do domingo, 8, o Ceará contava com quatro milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose. Dessas, aproximadamente 1,7 milhão já tinham recebido a segunda dose. Outras quase 150 mil pessoas receberam a vacina desenvolvida pela Janssen, de dose única. As informações são do Vacinômetro divulgado pela Sesa.
O documento aponta, ainda, que o Estado recebeu 7.035.488 doses de vacinas contra a Covid-19. Nesta segunda-feira, 9, novas 228.240 doses chegaram ao Ceará — 73.800 doses da CoronaVac e 154.440 da Pfizer. É a terceira remessa enviada neste mês. Somada às outras duas — que chegaram na sexta-feira, 6, e no sábado, 7 —, contabiliza-se mais de 605 mil doses para o Ceará. Esse montante é maior do que os lotes recebidos pelo Estado nos últimos meses de janeiro e fevereiro juntos.
Na sexta-feira, 6, um total de 271,5 mil doses chegaram ao Estado — sendo 175,5 mil da Pfizer, 91,5 mil da AstraZeneca e 4,5 mil da Janssen. No dia seguinte, mais 105,5 mil doses da AstraZeneca desembarcaram no Ceará. Ao todo, 377 mil doses distribuídas pelo Ministério da Saúde (MS) pousaram em solo cearense nos dois dias.
Em janeiro de 2021, o Ceará recebeu 334,9 mil doses, em três remessas. Em fevereiro, o número foi menor: 244,7 mil doses distribuídas pelo órgão federal também em três remessas. Juntos, os dois meses do primeiro semestre somam cerca de 95% do valor recebido nos três dias de agosto.
Em julho, foram 12 remessas e um total de 1.757.430 doses — até então o maior número distribuído pelo MS ao Estado desde janeiro. Porém, o Ceará vem recebendo menos vacinas do que o previsto, segundo o governador Camilo Santana (PT).
Junto ao Governo, os Ministérios Públicos do Estado do Ceará (MPCE), Federal (MPF) e do Trabalho (MPT) ingressaram na Justiça como co-autores de ação civil pública que reivindica equidade no envio de vacinas e envio imediato de 1.440.932 doses solicitadas em abril deste ano. (Colaborou Marília Freitas / Especial para O POVO)