Logo O POVO+
"Duro golpe contra o crime organizado", diz Sandro Caron sobre prisão de chefe de facção
CIDADES

"Duro golpe contra o crime organizado", diz Sandro Caron sobre prisão de chefe de facção

Apontado como mandante de uma chacina ocorrida no fim do mês passado, em Caucaia, chefe de facção também teria ordenado outros assassinatos na cidade, segundo investigações da Polícia Civil
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Sandro Caron revelou detalhes da investigação em coletiva de imprensa realizada ontem
 (Foto: Júlio Caesar/ O Povo)
Foto: Júlio Caesar/ O Povo Sandro Caron revelou detalhes da investigação em coletiva de imprensa realizada ontem

O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Sandro Caron, afirmou que a prisão do homem suspeito de ser o mandante da chacina do Boqueirão de Araras, distrito de Caucaia, representou um “duro golpe para o crime organizado” no Estado. Domingos Costa Miranda, 38, apontado como chefe da facção Comando Vermelho no Ceará, foi capturado pela Polícia Civil no último sábado, 7, no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. Segundo Caron, ele era o único integrante da “alta cúpula” do bando que ainda estava em liberdade.

O secretário ainda definiu Miranda como “o principal chefe do crime organizado em Caucaia” e adiantou que a Polícia investiga a participação dele em outros homicídios praticados na cidade. Os crimes estariam relacionados a uma disputa entre grupos grupos criminosos pelo controle da venda de drogas e armas em áreas periféricas do município. “Além de provas de envolvimento dele com organizações criminosas e tráfico de drogas, a Polícia Civil está investigando vários homicídios ocorridos em Caucaia e de quais crimes ele seria o mandante, para que ele seja indiciado e responsabilizado em cada um desses inquéritos. Essa é uma política nossa, para que os integrantes de grupos criminosos sofram várias condenações e assim fiquem muito anos na cadeia”, detalhou o secretário durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 10.

A mesma facção era comandada até fevereiro deste ano por Max Miliano Machado da Sail, 33, preso em fevereiro, no estado do Paraná, durante a Operação Guilhotina, que ainda apreendeu de 633 quilos de cocaína, crack e R$ 75 mil em espécie. Desde então, a chefia do grupo no Ceará havia sido transferida para Miranda. Segundo Caron, o criminoso estava no Rio de Janeiro até o mês passado, onde também cometia crimes e dava ordens de assassinato aos subordinados do bando no Ceará. Em julho, retornou ao Estado para articular ações criminosas relacionadas à venda de entorpecentes.

“Ele [Domingos Miranda] era o principal braço direito do 01 [Max Miliano] dessa facção. Controlava os pontos de vendas de drogas e também, segundo as investigações, mandava que seus comparsas praticassem homicídios”, explicou o secretário. O inquérito foi instaurado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que já investigava o criminoso desde 2018.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil do Ceará, Sérgio Pereira, o foco da investigação, a partir de agora, é saber quem são os demais membros da facção e qual a responsabilidade deles nos crimes ordenados por Miranda em Caucaia. “Vamos avançar no sentido de responsabilizar todas as pessoas que tenham contribuído para a prática de crimes naquela região. Não somente os executores, mas principalmente aquelas pessoas que, dentro de uma estrutura criminal, têm a capacidade de articular essas ações”, disse. O delegado ainda afirma que as forças de segurança do Ceará também farão um “trabalho pesado na parte de lavagem de dinheiro para descapitalizar essas organizações”.

Segundo a SSPDS, Miranda já tem passagens pela Polícia no Ceará pelos crimes de falsidade ideológica, porte ilegal de armas de fogo e tráfico de drogas. Ele deve ser transferido para o novo presídio de segurança máxima do Estado, localizado em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.

O criminoso também é alvo de uma denúncia movida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) no último dia 3 de agosto, por associação para o tráfico, comércio ilegal de entorpecentes e organização criminosa. Outras quatro pessoas da mesma facção também foram acusadas pelos mesmos crimes.

De acordo com a PCCE, ao menos 25 integrantes do bando já foram presos. Eles também são apontados como responsáveis pelo comércio de drogas em diversos bairros da Capital e em cidades do Interior do Estado.

Colaborou Angélica Feitosa

O que você achou desse conteúdo?