De janeiro para cá, tenho vivido momentos de esperança com a chegada da vacina contra a Covid-19. Vibrei quando ela foi depositada no braço de minha mãe, que já tem 90 anos. Transbordei de alegria a cada vez que um dos meus irmãos mais velhos comunicava que tinha recebido a primeira dose. Sorri com meus amigos que inundavam minhas redes sociais com fotos nos postos de vacinação por esse Brasil afora. Muitos deles homenageando com cartazes e frases entes queridos que não tiveram a mesma oportunidade.
Quando chegou minha vez e do meu marido, quase não dormi na véspera. Depois de um 2020 e metade de 2021 de angústia, era uma nesga de felicidade. Mas nada disso foi mais especial do que ler, domingo passado (15/10), o nome do meu filho na lista para ser vacinado no dia seguinte. Vinha olhando, consultando o site insistentemente ao longo dos dias na expectativa de chegar o ano em que ele nasceu, 2001.
Durante a pandemia, meu filho, que já não gostava muito de sair de casa, se recolheu e tem olhado o mundo do quarto dele por meio da tela do computador, das músicas no celular e dos livros digitais, que se tornaram um hábito. Ele, como muitos pelo mundo, mostra fadiga com isso. Vê-lo se arrumando para tomar a vacina deixou meu coração aquecido. Não somente por ele, mas pela nossa juventude, que está aderindo em massa à vacinação. Coisa de brasileiro que tem a cultura de receber vacina e agora está aprendendo a reconhecer a importância do SUS.