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Advogado da família defende que segurança seja investigado sobre assassinato em joalheria
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Advogado da família defende que segurança seja investigado sobre assassinato em joalheria

INVESTIGAÇÃO | Exames foram realizados pela Perícia Forense. Advogado da família pede novo inquérito para apurar conduta do profissional
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Cenas do latrocínio foram registradas por pessoas que estavam no shopping (Foto: Via WhatsApp O POVO)
Foto: Via WhatsApp O POVO Cenas do latrocínio foram registradas por pessoas que estavam no shopping

Laudos elaborados pela Perícia Forense do Estado (Pefoce) indicam que partiu da arma do segurança da joalheria Tânia Joias o disparo que vitimou a gerente Caroline Alves da Rocha Damasceno, morta durante tentativa de assalto ao estabelecimento do shopping Iguatemi em 20 de agosto passado. Os laudos foram encaminhados ainda na semana passada para a Polícia Civil. Não houve indiciamento do segurança e, por isso, O POVO não divulga o seu nome.

De acordo com o laudo pericial nº 2021.0178066, sete projéteis foram encontrados no local do crime e enviados à Pefoce. Dois deles estavam muito danificados para serem submetidos à análise e, dos cinco restantes, foi atestado que quatro não partiram da arma do segurança, única apreendida no âmbito da investigação até aqui. A quinta, porém, apresentou convergência com o revólver nº TK75642, usado pelo profissional. Já o exame de "Identificação de Perfis Genéticos Deixados em locais de Crimes Variados e Comparação com Suspeitos" aponta que o projétil "nº 02" continha perfil genético compatível com o DNA da vítima. "De acordo com os cálculos estatísticos, a frequência de ocorrência do perfil genético obtido, ou seja, a possibilidade de que outra pessoa, não relacionada, pudesse, ao acaso, ter o mesmo perfil é de 1(um) em 2.245.629.886.290.290.000.000.000 (aproximadamente dois septilhões) indivíduos".

Aguardando decisão judicial para habilitação no processo como assistente de acusação, o advogado Ari Abreu, contratado pela família de Caroline, afirma ser "no mínimo, prudente" a abertura de novo inquérito para apurar a conduta do segurança. Apesar da possibilidade aventada de que o caso possa se tratar de um homicídio culposo, legítima defesa ou erro de execução, diz Abreu, "alguns fatores devem ser ponderados", como, por exemplo, relatos de testemunhas de que o profissional teria atirado primeiro.

"A conduta do segurança, no nosso ponto de vista, assim como a conduta dos assaltantes, foi providencial para que o fato acontecesse. Sem o tiro que a atingiu, não teria havido a morte da Caroline". Com relação ao andamento do processo referente aos cinco assaltantes presos, o advogado se diz satisfeito.

A "preocupação" inicial, o indiciamento de apenas dois dos suspeitos por latrocínio, foi revertida, afirma ele, já que o Ministério Público (MP) denunciou todo o grupo por latrocínio. A Polícia Civil havia indiciado por latrocínio apenas a dupla que entrou na loja e não os demais que atuaram no suporte à ação.

Carol Rocha morreu durante assalto à joalheira Tânia Joias no shopping Iguatemi, em Fortaleza,
Carol Rocha morreu durante assalto à joalheira Tânia Joias no shopping Iguatemi, em Fortaleza, (Foto: Reprodução/Instagram)

O advogado também aguarda a continuidade das investigações em relação à sexta integrante do grupo, ainda não identificada. Ari Abreu também conta que o marido de Caroline ainda está "muito abalado" com o crime. "A gente jamais espera que uma pessoa jovem, que saiu de casa para trabalhar, que está dentro de um shopping, onde temos uma sensação de segurança, vá sofrer um tiro", diz. O advogado lembra que Caroline tinha uma filha de sete anos. "É um momento delicado até porque ela era a única provedora do lar. Até questão financeira eles estão passando dificuldade".

Procurada, a Tânia Joias afirmou que , no momento, prefere não se pronunciar. O Iguatemi, por sua vez, afirmou, em nota, que permanece acompanhando a apuração do episódio e somente irá se pronunciar após a conclusão final dos laudos e das investigações. O POVO buscou contato na noite de ontem com o advogado que acompanhou o depoimento do segurança, mas não obteve sucesso. O MP não respondeu a O POVO até o fechamento desta matéria (Com informações de Angélica Feitosa).

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