O Ceará registra queda sustentada de casos, óbitos e internações por Covid -19 nos últimos meses. Taxa de positividade dos exames também está consideravelmente baixa. No mesmo passo, vemos liberação de atividades econômicas e sociais se intensificar. Mas já podemos dizer que o Ceará vive o melhor momento desde o início da pandemia? Até que ponto podemos ir nesse retorno?

Nesta semana, O Hospital Regional da Unimed, zerou internação de pacientes com Covid-19. A unidade, que chegou a ter 453 pessoas internadas, tinha a segunda maior oferta de leitos Covid do Estado e a maior na rede privada durante o pico.

Estado do Ceará tem 35,76% das suas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ocupadas por pacientes com Covid-19, conforme a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), às 18h3min dessa sexta-feira, 10.

Sobre a questão, Thereza Magalhães, pesquisadora e professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), avalia que o atual cenário é o melhor, do ponto de vista epidemiológico, desde o início da pandemia.

"Podemos dizer que sim porque a gente teve uma situação semelhante depois da primeira onda, mas os casos da segunda onda começaram a crescer em seguida", compara. A pesquisadora afirma que o que viria a ser a "terceira onda-Delta" tem sido adiada e a curva tem se alargado por causa do efeito vacinal na população.

Por outro lado, José Xavier Neto, cientista-chefe da Saúde do Estado e coordenador do Centro de Inteligência em Saúde (CIS) do Ceará, considera que a situação é considerada "igual" ao período entre a primeira e a segunda onda.

Para Thereza, Estado está avançando relativamente rápido na vacinação mas deve acompanhar o momento da curva epidemiológica. "Na medida em a essa curva começar a crescer exponencialmente e mostrar platô e pico, começar a fechar. Espero que, com a adesão dos cearenses às duas doses, não ter que passar por isso de novo ou passar por um período curto". (Ana Rute Ramires)