No mês de setembro, 30 municípios do Estado ainda registraram mortes por Covid-19. A grande maioria — 83,6% dos 184 municípios cearenses — não registrou nenhum óbito pela infecção, conforme acompanhamento do IntegraSUS, plataforma de transparência da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), com dados atualizado às 11h42min dessa segunda-feira, 11.
A quantidade de municípios com mortes em decorrência do vírus caiu pela metade em um mês. Em agosto, 61 cidades tiveram pacientes nos quais a doença foi fatal. Números refletem redução da gravidade da pandemia no Estado, que se encontra em melhor cenário desde o início da disseminação do vírus.
No mês passado, dos 30 municípios que tiveram mortes, 20 tiveram um óbito, cada, e outros cinco registraram dois óbitos, cada. Foram três casos da doença com esse desfecho em Crato, Mombaça e Tarrafas. Juazeiro do Norte teve seis mortes e Fortaleza, 32.
Considerando o número de pessoas infectadas com o vírus, 31 municípios não registraram novos casos de Covid-19 em setembro. No sistema, é possível observar que 101 municípios confirmaram um caso, cada.
O maior número de diagnósticos positivos foi em Fortaleza: 723. Atrás da Capital no topo da lista de mais casos confirmados entre os dias 1º e 31 de setembro, estão Ipueiras (321), Nova Russas (303), Juazeiro do Norte (227) e Mombaça (111).
Tratando-se de Covid-19, não é possível dizer que não há nenhum risco "enquanto a gente não tiver o domínio completo da situação". A ponderação é de Rilson Andrade, secretário da Saúde de Pindoretama e vice-presidente do Conselho das Secretárias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE).
Apesar do alerta, ele analisa: "Podemos dizer que, em relação ao que a gente já viveu, está tranquilo". Segundo o secretário, a chegada da variante Delta ao Estado não teve um impacto negativo tão forte como alguns receavam. Contudo, essa análise é feita "nesse primeiro momento" após a introdução da variante no Estado. Os primeiros casos foram registrados oficialmente no Ceará no final de julho, há menos de três meses.
O vice-presidente do Cosems-CE relaciona a "quantidade expressiva de pessoas vacinadas com primeira e segunda dose" a esse cenário mais ameno do que o temido. Mas ele ressalta que não é possível precisar por quanto tempo a parcela vacinada da população está "segura", ainda que não de forma absoluta, com essas doses.
Rilson aponta que, no atual momento, a preocupação da gestão é o monitoramento da reabertura. "Nossa grande preocupação é essa reabertura. Muita coisa já está voltando a certo padrão 'normal'. A gente não sabe o que pode acontecer, o nível de segurança. A pressão é grande em cima dos governantes, em cima da secretarias. Me preocupa muito as festas estarem liberadas em vários cantos", cita.
O Estado tem discutido a exigência do passaporte da vacina para o acesso a serviços e eventos. O que deve ser implementado "em breve", segundo a Sesa. Rilson garante que a maioria das prefeituras é a favor da medida. Ele diz que o assunto deve ser abordado em reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Estado do Ceará (CIB/CE) agendado para daqui a cerca de dez dias.
"No geral, há um apoio. A gente se sente mais seguro. Quaisquer eventos que exijam uma comprovação oficial, a gente se sente mais seguro. Alguns não pensam assim, mas no geral, sim".