O professor Osmar Lucena Filho, memorialista de Piquet Carneiro, ressalta que a memória do acidente segue presente entre os moradores da cidade até hoje. O local da tragédia, no quilômetro 322 da Estrada de Ferro de Baturité, atrai vários fiéis, que intercedem pelas almas do desastre. "Existe um cruzeiro no lugar do acidente, onde as pessoas vão para pagar promessas, rezar o terço... É um local marcado pela religiosidade e pelo misticismo", conta.
O desastre, com cerca de 100 mortos, foi o maior acidente ferroviário do Ceará e o oitavo do mundo, segundo pesquisas do memorialista, que estuda a história da cidade há cerca de 20 anos. "É uma página da história que remete para um momento triste para a cidade, que segue chamando atenção das novas gerações do município. Morreram de forma trágica muitas pessoas da Paraíba, de Pernambuco e daqui do Ceará", lembra.
Nesta sexta-feira, 17, será celebrada uma missa no local em memória das vítimas, com presença do prefeito do município, Bismarck Barros Bezerra (PDT).Haverá ainda o lançamento da história de acidente em forma cordel, escrito pelo poeta Edson Magalhães, nascido na Cidade de aproximadamente 17 mil habitantes, segundo projeção do IBGE para 2021.