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Atendimentos por síndrome gripal quase dobram nas UPAs de Fortaleza entre novembro e dezembro
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Atendimentos por síndrome gripal quase dobram nas UPAs de Fortaleza entre novembro e dezembro

Maioria dos casos é de infecção pelo vírus Influenza, com quadros de sintomas leves. Apesar disso, aumento acentuando nas últimas semanas preocupa
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ESPERA para atendimento na UPA chega a 6 horas (Foto: Yago Albuquerque / Especial para O Povo)
Foto: Yago Albuquerque / Especial para O Povo ESPERA para atendimento na UPA chega a 6 horas

Aos 22 dias de dezembro, o número de atendimentos por síndrome gripal já é quase o dobro do total de registros de novembro nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza. No mês passado inteiro, foram 6.540 atendimentos ante 12.124 casos neste mês. Um aumento de 85%. A média diária de atendimentos saiu de 218 para 551,09 entre os dois períodos.

Atualização de dados das 12 unidades da Capital, disponível na plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), foi feita nessa quarta-feira, 22. Em dezembro, os maiores números de casos desse tipo de atendimento são observados nas faixas etárias de 20 a 24 anos (2.233), 25 a 29 anos (1.804) e zero a quatro anos (1.251). 

O número diário de atendimentos se mantém em redução desde maio, após o pico da segunda onda da Covid-19 no Ceará, até novembro. Em dezembro, é possível observar o aumento acentuado nos casos. Contudo, nas últimas semanas, o diagnóstico da maioria dos pacientes é de infecção pelo vírus influenza. 

Na UPA Autran Nunes, o atendimento quase triplicou nos últimos 15 dias. Lourdes de Fátima Guedes, coordenadora de Serviços Assistenciais da unidade, relata que o número de pacientes atendidos em 24 horas no local pulou de 260 para 650.

"A maioria dos casos são considerados casos e dão negativos para Covid-19", diz. Com o aumento da procura, o tempo para atendimento aos pacientes considerados não graves também aumentou, relata. 

Álvaro Nepomuceno, enfermeiro e coordenador de Serviços Assistenciais da UPA Canindezinho, detalha que, devido à semelhança dos sinais e sintomas da infecção pelo coronavírus e pelo vírus Influenza, a história de saúde do paciente — se é vacinado ou não — e os exames complementares como o RT-PCR (swab) auxiliam no diagnóstico e tratamento.

Ele frisa a importância da vacinação tanto contra a gripe como contra a Covid-19.  "O importante é manter os protocolos de distanciamento, uso de máscaras e álcool em gel e principalmente a higienização das mãos", concorda Lourdes, sobre as medidas de prevenção contra as duas doenças.

A campanha de vacinação contra a gripe no Ceará deste ano foi a pior desde 1999. De acordo com a Sesa, foram recebidas 3,2 milhões de doses contra o vírus Influenza e apenas 76,28% foram administradas. O menor índice em 23 anos.

Os dois coordenadores alertam que o aumento é preocupante, não obstante a maioria dos pacientes apresentar sintomas leves. "Não é comum em dezembro este aumento de casos, porém, dá-se por fatores externos como o clima mais quente e antecipação de chuvas, mesmo que esporádicas, além de fatores individuais do paciente como a vacinação, por exemplo", explica Álvaro.

Ele cita que outro fator para o aumento pode ser o relaxamento da população quanto ao uso de máscaras e higienização das mãos, dentre outras ações preventivas.

Influenza H3N2 

Um dos subtipos do vírus Influenza A tem causado preocupação por ser o causador de aumento de casos em estados brasileiros como Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Na última quinta-feira, 16, a Sesa divulgou que, em dezembro, 18 casos do subtipo H3N2 foram confirmados no Estado. 

H3N2

Na última quinta-feira, 16, a Sesa divulgou que, em dezembro, 18 casos do subtipo H3N2 foram confirmados no Estado. 

 

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