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Vacinas e variantes devem continuar moldando rumos da pandemia
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Vacinas e variantes devem continuar moldando rumos da pandemia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 era uma pandemia no dia 11 de março de 2020
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Mais de 457 milhões de casos da doença e 6 milhões de mortes foram registrados no mundo ao longo dos últimos dois anos  (Foto: PIRO4D/Pixabay)
Foto: PIRO4D/Pixabay Mais de 457 milhões de casos da doença e 6 milhões de mortes foram registrados no mundo ao longo dos últimos dois anos

Ao longo dos últimos dois anos, o cotidiano no planeta tem sido marcado pelas repercussões de ondas da Covid-19, das novas variantes do vírus SARS-CoV-2 e do avanço nas taxas de vacinação. No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 era uma pandemia. Dois anos depois, países ainda registram altas taxas casos associadas à mais recente variante de preocupação, a Ômicron.

A pandemia acumula, em termos globais, quase 457 milhões de casos e mais de 6 milhões de mortes, além de 10 bilhões de doses de vacinas aplicadas e pelo menos 4,3 bilhões de pessoas com duas doses ou dose única. 

Desde que o coronavírus original começou a se espalhar, a OMS classificou cinco novas cepas como variantes de preocupação.

O início do período foi marcado por diversas dúvidas sobre o vírus, como a capacidade de transmissão, gravidade da doença, manejo dos pacientes hospitalizados e medicamentos eficazes. Além disso, a escassez de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, assim como de respiradores, foi um dos pontos críticos. 

Com o tempo, os profissionais de saúde adquiriram mais experiência no tratamento dos pacientes e a comunidade científica aprendeu mais sobre o vírus. Contudo, ainda há perguntas em aberto. Uma delas é quais as repercussões da infecção a longo prazo no organismo.

Outro ponto que ainda deve ser pormenorizado é os efeitos da vacinação. Por quanto tempo elas garantem imunidade e contra quais variantes. A despeito disso, é sabido que todas as vacinas aprovadas até agora são seguras e eficazes. 

Conforme o biólogo epidemiologista Luciano Pamplona, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), um dos pontos mais marcantes do período foi o impacto na dimensão na qual foi observado, com fechamento de fronteiras e repercussões intensas na economia mundial, por exemplo.

"Um segundo ponto foi o número de óbitos. Ninguém esperava, principalmente nos países desenvolvidos, países como a Itália com 800, mil pessoas morrendo por dia", elenca. No atual momento, Pamplona avalia que a tendência é que as possíveis novas cepas que surgirem sejam mais "brandas, ou seja, vão causar casos mais leves e assintomáticos".

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, acrescenta que impedir que um vírus sofra mutações ao se replicar é impossível, porque isso é da própria natureza desses micro-organismos. Apesar disso, é possível, sim, dificultar esse processo, criando um ambiente com menos brechas para ele circular. "Se a gente conseguir equalizar a cobertura vacinal nos diferentes países, a gente tem um menor risco de ter uma variante aparecendo dessa forma", diz Chebabo.

"Quando a gente fala em vacina, são países ricos e em desenvolvimento. Temos um grande contingente populacional ainda no mundo que não teve sequer acesso à vacina. Nesses locais, provavelmente vamos ter seleções de cepas que vão se espalhar. Mas, sem dúvidas, o cenário no mundo é muito mais tranquilo. O que permite alguns países e cidades flexibilizarem o uso de máscaras", acrescenta Luciano Pamplona.

Veja linha do tempo com principais momentos em dois anos de pandemia:

  • Novembro de 2019
    China detecta primeiro caso de pneumonia que, mais tarde, seria identificada como covid-19.
  • Janeiro de 2020
    China identifica novo coronavírus e adota medidas restritivas para conter primeiro surto de covid-19.
  • 11 de março de 2020
    A OMS declarou situação de pandemia pela abrangência global dos impactos causados pela Covid-19. À época, já haviam sido registrados 118 mil casos e 4.291 mortes em 114 países.
  • Maio de 2020
    É colhida a primeira amostra em que a variante Beta será detectada, na África do Sul.
  • Maio, junho e julho de 2020
    Brasil vive o primeiro pico de Covid-19.
  • Setembro de 2020
    É colhida a primeira amostra em que a variante Alfa será detectada, no Reino Unido. Casos sobem na Europa nos meses seguintes.
  • Outubro de 2020
    É colhida a primeira amostra em que a variante Delta será detectada, na Índia.
  • Novembro de 2020
    É colhida a primeira amostra em que a variante Gama será detectada, no Brasil. Casos sobem no Amazonas no mês seguinte.
  • 8 de dezembro 2020
    A britânica Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa no mundo a receber uma dose do imunizante contra a doença, da Pfizer. China, Estados Unidos, Israel, Reino Unido e outros países europeus iniciam vacinação contra a covid-19. Ao todo, 7 milhões de doses são aplicadas no mês.
  • 11 de janeiro de 2021
    Situação no Amazonas se agrava e sistema de saúde entra em colapso.
  • 17 de janeiro de 2021
    Início da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, com a aplicação de uma dose da CoronaVac na enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos
  • Março de abril de 2021
    Com menos de 15% da população com a primeira dose, Brasil vive pico da variante Gama na maior parte dos estados. Doença chega a causar mais de 20 mil mortes por semana.
  • Julho de 2021
    Variante Delta chega ao Brasil, mas óbitos e casos continuam em queda com avanço da vacinação e surto recente da variante Gama.
  • Setembro, outubro e novembro de 2021
    Delta se torna variante dominante no Brasil. Vacinação chega aos adolescentes e os óbitos caem ao menor patamar da pandemia.
  • Novembro de 2021
    OMS declara Ômicron variante de preocupação, menos de um mês após a primeira amostra ser detectada no sul da África.
  • Janeiro de 2021
    Ômicron causa pico no Brasil, com média móvel de mais de 100 mil novos casos por dia, mas a mortalidade não cresce na mesma proporção. Cobertura de duas doses ou dose única chega a 70% dos brasileiros.
  • Fevereiro de 2021
    Casos voltam a cair em todo o mundo após pico. Especialistas apontam que cobertura vacinal somada ao grande número de casos recente criou imunidade híbrida.

Com Agência Brasil 

dois anos de pandemia

Novembro de 2019

China detecta primeiro caso de pneumonia que, mais tarde, seria identificada como covid-19.

Janeiro de 2020

China identifica novo coronavírus e adota medidas restritivas para conter primeiro surto de covid-19.

11 de março de 2020

A OMS declarou situação de pandemia pela abrangência global dos impactos causados pela Covid-19. À época, já haviam sido registrados 118 mil casos e 4.291 mortes em 114 países.

Maio de 2020

É colhida a primeira amostra em que a variante Beta será detectada, na África do Sul.

Maio, junho e julho de 2020

Brasil vive o primeiro pico de Covid-19.

Setembro de 2020

É colhida a primeira amostra em que a variante Alfa será detectada, no Reino Unido. Casos sobem na Europa nos meses seguintes.

Outubro de 2020

É colhida a primeira amostra em que a variante Delta será detectada, na Índia.

Novembro de 2020

É colhida a primeira amostra em que a variante Gama será detectada, no Brasil. Casos sobem no Amazonas no mês seguinte.

8 de dezembro 2020

A britânica Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa no mundo a receber uma dose do imunizante contra a doença, da Pfizer. China, Estados Unidos, Israel, Reino Unido e outros países europeus iniciam vacinação contra a covid-19. Ao todo, 7 milhões de doses são aplicadas no mês.

11 de janeiro de 2021

Situação no Amazonas se agrava e sistema de saúde entra em colapso.

17 de janeiro de 2021

Início da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, com a aplicação de uma dose da CoronaVac na enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos

Março de abril de 2021

Com menos de 15% da população com a primeira dose, Brasil vive pico da variante Gama na maior parte dos estados. Doença chega a causar mais de 20 mil mortes por semana.

Julho de 2021

Variante Delta chega ao Brasil, mas óbitos e casos continuam em queda com avanço da vacinação e surto recente da variante Gama.

Setembro, outubro e novembro de 2021

Delta se torna variante dominante no Brasil. Vacinação chega aos adolescentes e os óbitos caem ao menor patamar da pandemia.

Novembro de 2021

OMS declara Ômicron variante de preocupação, menos de um mês após a primeira amostra ser detectada no sul da África.

Janeiro de 2022

Ômicron causa pico no Brasil, com média móvel de mais de 100 mil novos casos por dia, mas a mortalidade não cresce na mesma proporção. Cobertura de duas doses ou dose única chega a 70% dos brasileiros.

Fevereiro de 2022

Casos voltam a cair em todo o mundo após pico. Especialistas apontam que cobertura vacinal somada ao grande número de casos recente criou imunidade híbrida.

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