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Castanhão chega a 20% da capacidade hídrica em sete anos
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Castanhão chega a 20% da capacidade hídrica em sete anos

| Quadra chuvosa | Em 2022, o reservatório teve aporte próximo à soma das capacidades de todos os 34 açudes que estão sangrando no Ceará
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O açude Castanhão, maior reservatório de água do Ceará, atingiu o seu melhor volume, ontem, em quase sete anos. Em meio a uma boa quadra chuvosa, o açude chega a 20,42% da sua capacidade total. A última vez em que esteve em torno de 20% foi em junho de 2015, quando já passava por uma queda contínua na quantidade de água armazenada.

Conforme dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), desde o início da quadra chuvosa, o volume do açude Castanhão mais que dobrou: foi de 8,45% em 1º de fevereiro para os atuais 20,42%. A pasta aponta ainda que, em 2022, o reservatório recebeu cerca de 822 milhões de m³ de água.

Segundo o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, "a reserva que o açude absorveu vem majoritamente das chuvas". Ele aponta que, de todo o aporte do ano, apenas 70 milhões de m³ de água são provenientes do projeto de integração do rio São Francisco. "Esse montante tem importância para manter um certo nível de segurança hídrica e isso era muito relevante no início do ano. Hoje, essa transferência mantém sua importância, mas o volume mais significativo é derivado das chuvas", avalia.

O Castanhão está na região hidrográfica do Médio Jaguaribe, onde as chuvas de março ficaram em torno do esperado, com 5,8% a mais que o normal para o mês, após um fevereiro de precipitações abaixo da média histórica. 

Em abril, até o momento, as precipitações ainda estão abaixo da média para o período na região. Enquanto o esperado são 188,6 milímetros (mm), foi observada a média de 131,4 mm - um desvio negativo de 30,3% segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Teixeira explica que "qualquer reservatório que esteja abaixo dos 30% de sua capacidade está em uma situação de alerta". "Embora a situação do Castanhão esteja bem melhor que em um passado recente, ainda é necessário um monitoramento sistemático e um uso parcimonioso da água", conclui.

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