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65 municípios cearenses não registram casos de Covid-19 há um mês
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65 municípios cearenses não registram casos de Covid-19 há um mês

175 cidades não tiveram mortes pela doença no período, segundo dados do IntegraSUS. Epidemiologista da Uece alerta para importância do monitoramento
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 MANTER e ampliar a vacinação contra Covid-19 é importante para reduzir os casos  (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS  MANTER e ampliar a vacinação contra Covid-19 é importante para reduzir os casos

Com o fim da terceira onda da Covid-19 no Estado, os municípios cearenses apresentam queda acentuada de indicadores da doença. Em 65 municípios cearenses, não há novas confirmações da infecção há um mês. No caso de 178 cidades, não foram registradas mortes. Apesar do período de tranquilidade, epidemiologista lembra dos riscos de uma quarta onda. 

Dados se referem ao período entre os dias 22 de abril e 22 de maio, conforme o IntegraSUS, plataforma da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualizada às 12h29min dessa terça-feira, 24. No período citado, 107 municípios cearenses confirmaram menos de dez casos, cada. 

Outros 12 tiveram acima de 12 novos diagnósticos positivos. Fortaleza somou 545 dos 1.145 casos registrados nos 30 dias. Sobral (73), Jaguaribe (46), Caucaia (33) e Pacajus (29) completam as cinco cidades com maior número de novos casos (veja lista completa)

De acordo com a plataforma, pacientes foram a óbitos pela doença em seis municípios, somando 12 mortes. Fortaleza teve sete vítimas e Itapajé, Maracanaú, Pajacus, Tururu e Várzea Alegre, uma, cada. 

Em comparação aos 30 dias anteriores, a quantidade de novos casos se manteve praticamente no mesmo patamar. Entre 22 de março e 22 de abril, com 1.268 casos em 64 cidades. No caso da mortalidade, é possível observar redução: foram registradas 53 novas mortes em 19 municípios. 

Thereza Magalhães, pesquisadora e professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), explica que o número de óbitos é uma variável mais precisa que o de casos porque "a testagem praticamente inexiste" atualmente. "Se não testo, ainda que tenha caso não vou identificar. Quando tiver notificações, vou ter um número maior do que o que está sendo detectado no teste", alerta.

A epidemiologista detalha que o registro de casos, ainda que em redução, tende a continuar por um tempo após grandes ondas. "Pense em uma onda epidemiológica como a onda do mar: depois de um tsunami, logo em seguida o mar fica calmo ou você continua tendo ondas menores até que o mar volte a ficar calmo? Normalmente, é a segunda opção". Ela também não descarta a ocorrência de uma quarta onda e alerta para o monitoramento e a imunização. 

Quarta onda

No cenário nacional, ela analisa que a retirada das máscaras "deu força a o que pode ser um repique de casos ou, mais provavelmente, a o início da quarta onda". Se houver uma nova onda de disseminação da doença, ela deve ser "mais larga e mais achatada do que a anterior" devido à imunização, mas com preocupação para os menores de cinco anos, não vacinados, e para as pessoas que não receberam a dose de reforço.

O que vai garantir que novas ondas sejam mais amenas, na avaliação de Thereza, é a imunidade no organismo de cada indivíduo. "Por isso é importante não só manter, como ampliar (a vacinação)", diz. A pesquisadora defende que, no Brasil, crianças com menos de cinco anos já deveriam estar sendo vacinadas e os profissionais da saúde já deveriam estar recebendo a quarta dose.

Incidência de casos 

Conforme o IntegraSUS, a incidência de casos da Covid-19 entre final de abril e final de maio foi maior na faixa etária de zero a dois anos, com taxa de 86,1. Foram 338 pacientes nessa idade no Ceará. Em seguida, a maior incidência (31,7) foi em idosos com mais de 80 anos, faixa etária na qual foram registrados 62 casos.

Indicador leva em consideração número de casos confirmados por 100 mil habitantes, na população em questão. A professora lembra que crianças com menos de cinco anos ainda não estão sendo vacinadas. "A criança de até dois anos tem particularidades, como levar muito a mão à boca. A chance de se contaminar é maior. Tirando o fato de que ainda vai muito no colo, com contato maior. O sistema imunológico nos dois primeiros anos é praticamente herdado. Algumas circunstâncias as deixam com uma lacuna imunológica", pormenoriza. 

 

 

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