Em depoimento ao MPCE, tanto o ex-secretário André Costa, quanto a delegada Patrícia Bezerra negaram os crimes atribuídos aos dois. André Costa disse que, após a delegada mencionar a existência do áudio, apenas passou a transmitir a ela a cobrança vinda do governador para que procurasse a gravação. Sobre o "plano B", o ex-secretário disse ter se referido à ideia de Patrícia de recorrer a informantes para induzir comentários sobre o assunto, já que ela não encontrava o áudio original. Segundo afirmou, conforme a denúncia, a prática é "lícita e corriqueira no meio policial". André Costa ainda disse que, ao receber a interceptação telefônica, não "deu crédito" ao conteúdo, repassando esse parecer ao governador.

Patrícia Bezerra não compareceu ao depoimento, apresentando atestado médico como justificativa. Ao MPCE, ela entregou defesa escrita em que afirma que apenas mencionou a existência do áudio em reunião e, como não o localizou, resolveu fornecer chips a informantes na tentativa de captar algum novo diálogo com o mesmo teor. Antônio Chaves Pinto Júnior usou o direito de ficar em silêncio.

O POVO procurou o jurídico da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Ceará (Adepol), que faz a defesa de Patrícia Bezerra no caso, mas foi informado que só haveria manifestação nos autos. André Costa também foi procurado, através da assessoria de comunicação da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Maceió (AL), onde ele agora é secretário. Costa afirmou, em nota, que todos os questionamentos dos promotores "foram devidamente respondidos".

O POVO buscou o MPCE pedindo mais informações sobre o caso, mas o órgão ministerial informou que não poderia comentar o caso por estar em segredo de justiça. A SSPDS, por sua vez, não se manifestou até o fechamento deste edição.