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População em situação de rua recebe serviço na praça Clóvis Beviláqua
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População em situação de rua recebe serviço na praça Clóvis Beviláqua

Frequentadores da praça Clóvis Beviláqua receberam atendimento de psicólogos e assistentes sociais
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Projeto Acolher disponibilizou serviços a pessoas em situação de rua na Praça Clóvis Bevilaqua (Praça da Bandeira), na tarde desta sexta-feira, 15 (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Projeto Acolher disponibilizou serviços a pessoas em situação de rua na Praça Clóvis Bevilaqua (Praça da Bandeira), na tarde desta sexta-feira, 15

Escuta profissional com psicólogos, corte de cabelo e vacinas são algumas das ações realizadas pelo projeto Acolher, da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), na praça Clóvis Beviláqua, mais conhecida como Praça da Bandeira,  nesta sexta-feira, 15. O evento é promovido semanalmente em diferentes pontos de Fortaleza para levar serviços às pessoas em situação de rua.

Nesta edição, o projeto conta com um Caminhão do Cidadão para emissão de documentos, como RG e CPF, e fotos. O serviço da retirada de segunda via do RG também pode ser feito de graça caso seja comprovada a situação de vulnerabilidade econômica do cidadão.

Uma mulher que vive na praça e não quis se identificar afirmou que havia perdido o RG e conseguiu encaminhar o pedido de segunda via no local nesta manhã. “Eu tinha perdido e, com a pandemia, não tinha conseguido tirar de novo”, afirmou.

A mulher disse que devido à falta do documento também não conseguiu se inscrever para o programa do Governo Federal Auxílio Brasil. Além de tirar o documento, ela procurou tomar a vacina da gripe que estava sendo oferecida na praça.

Patrícia Sousa, 35, também procurou os serviços da ação. Ela frequenta a praça para pegar alimentação distribuída pela Prefeitura nos Espaços de Higiene Cidadã para a família, incluindo os dois filhos pequenos, há quatro meses. Patrícia e o marido estão desempregados e não moram no local, mas se deslocam todo dia ao espaço também para tomar banho no contêiner público.

Nesta manhã, os filhos de Patrícia receberam cortes de cabelo e pinturas no rosto. Enquanto esperava o filho terminar o corte de cabelo, Patrícia comentou sobre como o período de férias escolares deixa a situação de segurança alimentar da família um pouco mais complicada. “Eles comiam na escola, agora fica mais difícil”, disse.

Assistência e política de drogas

A Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas (SPS) também participou do evento com a Estação Móvel, oferecendo atendimentos com equipe multiprofissional formada por psicólogos, assistentes sociais, enfermeiras, entre outros.

De acordo com a coordenadora do Centro de Referência sobre Drogas do Ceará, Lúcia Bertini, a abordagem das pessoas em situação de rua é feita de forma que englobe as diversas necessidades que elas têm. “É uma abordagem muito mais ampla sobre a situação de vida deles. O momento agora é de saber como eles estão, com que demanda eles estão”, explica Lúcia. A partir do atendimento, é possível encaminhar as pessoas para diferentes equipamentos do Estado ou do Município.

“A gente vai conversando, e é nesse vínculo que a gente consegue saber um pouco mais, fazer uma conexão direta com a saúde”, afirma. Dependendo do caso, os cidadãos podem ser encaminhados por exemplo para um Centro de Atenção Psicossial (Caps), Hospital Mental de Messejana ou leitos para desintoxicação.

Depois do evento e do direcionamento indicado, Lúcia afirma que o centro de referência pode continuar acompanhando a pessoa, dando suporte psicológico e social. A sede do centro, que fica na rua Valdetário Mota, no bairro Papicu, também tem portas abertas para atender quem precisar de auxílio relacionado ao uso de drogas. Também é possível entrar em contato com a secretaria executiva para tirar dúvidas ou dar sugestões de locais que podem ser atendidos pelo telefone 85 3101 4555.

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