O mês de incentivo ao aleitamento, Agosto Dourado, culminou no dia D de amamentação nesta sexta-feira, 26 na maternidade Senhora da Conceição, no bairro Conjunto Ceará. Rodas de conversa, pinturas de barriga das grávidas e momentos de tira-dúvidas sobre aleitamento foram realizados durante o mês inteiro.
“A gente sabe que o leite materno é o principal alimento pro recém-nascido, repleto de todas as substâncias que ele precisa nessa primeira fase de vida”, afirma a obstetra e coordenadora médica da maternidade, Jamylle Landim. Segundo ela, algumas mulheres relatam dificuldades no momento do aleitamento, mas que isso não deve desincentivar a prática.
“A pega incorreta acaba fissurando o peito da mãe, e ela encara isso com dificuldade, os mitos que existem ao redor da amamentação também influenciam, da criança não estar conseguindo encher a barriga, do leite da mãe ser fraco. Por isso, a gente estimula muito o fortalecimento de vínculo, de apoio a essa mãe que está em processo de amamentação”, diz Jamylle.
A dona de casa Pamela Vitória Fontenele, 19, que visitava a maternidade para se preparar para o nascimento do segundo filho, contou como a orientação que recebeu após a primeira gravidez foi importante para o aleitamento do primeiro bebê.
“As enfermeiras ajudaram. Como era o primeiro eu não tinha experiência. Eu achei que ele ia dar trabalho para pegar a mama, porque também não tinha o bico, mas assim que eu peguei, ele já mamou logo. Veio deixar de mamar com 3 anos.”
Pamela, que reconhece a necessidade do leite materno para o bebê, também pretende amamentar o segundo filho até quando conseguir.
“É muito importante, previne várias doenças. Eu prefiro deixar à vontade para ele mamar. Dizem que depois dos seis meses pode comer, e ele comia outras coisas, mas sempre mamava.”
Os momentos de repasse de informação do mês de agosto não foram apenas para as mães que passam pelo hospital, mas também para os profissionais que cuidam delas.
“A amamentação é o ponto focal do nosso atendimento. Nós temos um berçário de médio risco com seis leitos. Não importa se o bebe está com algum probleminha de saúde, se ficou internado no berçário, a gente leva a mãe para dentro do berçário e faz esse estímulo, para nunca perder esse vínculo”, conta a gerente de enfermagem do hospital, Darrielle Gomes.
A gerente conta que os profissionais, que têm uma rotina de capacitação, engajam-se em atividades de humanização de atendimento, como a confecção de touquinhas para os recém-nascidos, um desenho com o carimbo da placenta, pintura na barriga das gestantes, entre outras.
O hospital conta com um posto de coleta de leite materno que funciona 24 horas desde 2021. Jamilly explica que o posto existe desde 2018, mas só no ano passado começou a funcionar durante todo o dia.
“A gente conseguiu ver uma adesão maior a partir disso. Fazemos atendimento das nossas pacientes e da comunidade como um todo.”
O leite doado para o posto é levado à Maternidade-Escola Assis Chateaubriand para passar pelo processo de pasteurização. Ele é utilizado por bebês internados da unidade ou de outras maternidades.
“Essa sala não é somente de coleta, ela é uma sala em que também é feito o apoio a mulheres que amamentam. De fato, algumas mulheres passam por algumas intercorrências, como ter o bico do peito invertido, o peito ‘empedrado’, que é um problema no ducto que sai o leite. Essa sala vai ser exatamente para isso, para apoiar a mãe nesse momento”, diz a secretária-adjunta da Saúde de Fortaleza, Aline Gouveia.
Conforme a secretária, Fortaleza tem 22 salas desse tipo, sendo cinco delas em maternidades e 17 em postos de saúde.
Aline informa que mesmo aquelas mulheres que não fizeram o pré-natal nas unidades de atenção básica com postos de coleta podem fazer uso do equipamento caso precisem.