A avenida Beira Mar se encheu de verde e amarelo na manhã do feriado de 7 de Setembro, comemoração da independência do Brasil. Neste ano, a data foi especial por alcançar o bicentenário e também por ser o primeiro desfile realizado desde o início da pandemia de Covid-19, pois em 2019 e 2020 a parada não pôde ser realizada.
O fortalezense teve alguma dificuldade para ir até o aterro porque o trânsito estava congestionado no entorno da Beira Mar, pois vários trechos de avenidas, tais como Historiador Raimundo Girão e Abolição, estavam bloqueados.
No entanto, a presença do público já era sentida antes mesmo do início dos desfiles, marcado para às 8 horas. Muitas pessoas pediam para que os militares concentrados fizessem poses para fotos.
Um animado grupo de quatro turistas gaúchas aproveitou a passagem de alguns militares do Exército usando tinta de camuflagem no rosto para fazer fotos com a bandeira do Brasil e camisas da seleção brasileira: "Temos que aproveitar a ocasião para guardar essa lembrança", disse uma delas, eufórica, no trecho em frente ao Flat Classic.
Com o início do desfile, as calçadas ficaram tomadas de gente, principalmente em frente ao Náutico Atlético Cearense, onde foi montado o palco que recebeu as autoridades.
Cerca de três mil estudantes e 1,4 mil integrantes de associações e projetos, como grupos de escoteiros, entidades religiosas e associações civis marcharam pela avenida, assim como cerca de 4,9 mil integrantes das forças armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e órgãos de Segurança Pública, tais como as polícias federal, militar, civil, penal, bombeiros e guardas municipais, dentre outros, conduzindo viaturas, motocicletas, bicicletas, cavalos e cães treinados.
Mas o público se animou mesmo foi com a apresentação do Raio, como é chamado o Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas da Polícia Militar. Embalados por um rap, os militares fizeram manobras com as motos e arrancaram aplausos e gritos de incentivo de adultos e crianças.
Famílias inteiras optaram por acompanhar as apresentações apenas de longe e descansavam à sombra das árvores da orla ou nos quiosques. A cabeleireira Norma Félix, de 51 anos, estava acompanhada do filho, nora e neta, sendo que as duas últimas estavam desfilando pela primeira vez.
"Entrei nas Forças Armadas em 2020 e não tinha tido a experiência de desfilar. Foi uma sensação bacana", destacou e médica Ellen, lembrando que aquele também seria o primeiro desfile da sobrinha.
"É bom poder voltar à normalidade e retomar a tradição da parada anual do 7 de Setembro", completou Norma, que vestia uma camisa com o rosto do presidente Bolsonaro estampado nela.
Apesar de a maioria dos manifestantes políticos presentes ser pró-Bolsonaro, era possível ver alguns partidários de outros grupos caminhando com adesivos na roupa. A reportagem não presenciou qualquer tipo de embate.
"A gente não tem, com esse desfile, objetivo de tentar fazer alguma colocação política. Isso não cabe agora. Vamos comemorar e festejar nossos 200 anos de liberdade", afirmou André Allão, general de Divisão do Comandante da 10ª Região Militar.
"O Exército Brasileiro não pode impedir as pessoas que estão assistindo de se manifestarem, mas agremiações estão sendo orientadas a não fazer nada nesse sentido", disse o general. (Com informações da repórter Marcela Tosi)
Desfile cívico de 7 de Setembro volta às ruas de Juazeiro do Norte
O Centro de Juazeiro do Norte, a 489 km de Fortaleza, voltou a presenciar o desfile cívico em alusão ao dia da Independência do Brasil. A solenidade iniciou por volta das 7h30min, com o hasteamento das bandeiras na Praça da Prefeitura.
Os grupos desfilaram pela rua São Pedro, com concentração no Mercado Nossa Senhora Santana. Dentre eles estiveram 20 escolas, entre municipais, estaduais e privadas.
Também estiveram presentes a Banda de Música Padre Cícero, o Tiro de Guerra, o Pelotão da Cavalaria, a Polícia Civil, a Guarda Municipal, o Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), a Patrulha Maria da Penha e escoteiros. O desfile foi promovido pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação.
"Iniciamos as celebrações em alusão a essa data histórica desde o dia 1º de setembro, com o desfile nos bairros", afirma Pergentina Jardim, titular da Educação. "Estamos bem felizes. É a demonstração das temáticas que foram desenvolvidas nas escolas."
Ao fim da cerimônia, as fanfarras das escolas e instituições reuniram-se na Praça Padre Cícero para uma apresentação conjunta.
"Passamos dois anos sem poder fazer essa festa bonita. As famílias vêm as ruas, as pessoas se reencontram. É muito bom", diz o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra. (Marcela Tosi, com informações do repórter Guilherme Carvalho/Rádio CBN Cariri)