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Policial penal é investigado por suspeita de assédio sexual de advogadas
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Policial penal é investigado por suspeita de assédio sexual de advogadas

OAB-CE está acompanhando caso e promoverá manifestação na sede da Secretaria da Administração Penitenciária para exigir respeito à categoria
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Imagem de apoio ilustrativo (fachada do Complexo Penitenciário Estadual de Itaitinga) (Foto: Thais Mesquita em 29/8/2020)
Foto: Thais Mesquita em 29/8/2020 Imagem de apoio ilustrativo (fachada do Complexo Penitenciário Estadual de Itaitinga)

Pelo menos seis advogadas cearenses acusam um policial penal da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de assédio sexual. O suspeito teria acessado o número de telefone das vítimas e feito inúmeras ligações de cunho sexual e imoral.

A informação é da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Ceará (OAB-CE), que emitiu nota de repúdio sobre o caso. Apesar de a OAB confirmar o recebimento de relato de várias vítimas, apenas uma fez uma denúncia formal e segue com processo de investigação contra o policial penal lotado na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL 2).

"Não é a primeira vez que a OAB-CE entra com medidas contra atos preconceituosos praticados por membros da SAP, a qual podemos exemplificar a determinação para que as advogadas fossem vistorias pelo equipamento do body-scanner por agentes penais do sexo masculino", reforça a Ordem na nota de repúdio. 

O suspeito teria acesso a dados pessoais das vítimas por meio de cadastros internos para acesso às unidades prisionais, onde elas visitam clientes. Ele será interrogado na manhã de hoje, 3, e as outras cinco vítimas também formalizarão denúncia. De acordo com a advogada criminal Raphaele Farrapo, que defende as vítimas, a expectativa é que ele seja afastado imediatamente do cargo e preso preventivamente, por ser um homem com acesso a armas e aos dados pessoais — como telefone e endereço — das vítimas.

Além de pedir uma investigação rápida e, caso afirmadas as acusações, pena adequada, a OAB-CE também fará um "manifesto de desagravo público" em frente à sede da SAP para exigir mais respeito à categoria, especialmente as profissionais mulheres.

Em nota, a SAP destacou as denúncias contra agentes públicos do sistema prisional são encaminhadas à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) para apuração.

A CGD, por sua vez, informa que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI), em sigilo. A Controladoria determinou ainda a instauração de um procedimento administrativo disciplinar ao suspeito. Mais informações serão repassadas apenas com o fim da investigação.

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