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Cearense conhece paranaense que doou medula para ela por duas vezes
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Cearense conhece paranaense que doou medula para ela por duas vezes

|Saúde|Guilherme doou medula para Letícia Nascimento no ano de 2014, em Brasília, e em 2019, em Fortaleza
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LETÍCIA E GUILHERME se abraçam em evento no Hemoce (Foto: Levi Aguiar)
Foto: Levi Aguiar LETÍCIA E GUILHERME se abraçam em evento no Hemoce

A cearense Letícia Nascimento, 26, estudante de Biomedicina, conheceu o seu doador de medula óssea, Guilherme Rodrigues, 35, chefe de cozinha, nesta quarta-feira, 21. O encontro foi no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), em Fortaleza.

O chefe de cozinha é paranaense. A recuperação de Letícia e o encontro com Guilherme só foi possível graças ao Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Guilherme salvou a vida de Letícia por duas vezes através da doação de medula óssea. A primeira foi no ano de 2014, em Brasília, e a segunda foi em 2019, em Fortaleza.

A batalha da estudante começou em 2013, aos 16 anos, com o diagnóstico de leucemia. O tratamento foi realizado com quimioterapia, radioterapia e o transplante de medula.

Anos mais tarde, a doença esteve ativa pela segunda vez, e a jovem precisou de um novo transplante em 2019. "Eu pude contar com a ajuda do meu doador, que já havia se cadastrado no banco de medula óssea. É o milagre da vida, por duas vezes seguidas."

A luta contra o câncer inspirou a jovem a cursar Biomedicina para ajudar pessoas em situações parecidas com a sua. "A partir do segundo transplante, eu já pude voltar à minha rotina. Inclusive, estou realizando meu sonho de cursar Biomedicina para atuar na área do transplante e ajudar muitas pessoas que estão na mesma situação que eu estive", conta.

Os caminhos de Letícia e Guilherme começariam a se cruzar em 2010, no primeiro ano de faculdade do paranaense. "O meu trote de faculdade era solidário. Os alunos veteranos levaram os calouros para doar sangue. Durante a doação questionaram se eu queria entrar no banco de doação de medula. Eu respondi que sim."

"Passados quatro anos desde a inscrição no banco de dados, eu fui contatado pelo Centro e fui até Brasília (DF) para realizar a doação. Depois disso, em 2019, recebi uma ligação informando que seria necessário fazer uma segunda coleta. Dessa vez o procedimento foi realizado aqui em Fortaleza. É uma sensação extraordinária poder ajudar em um processo tão doloroso", diz Guilherme.

A medula óssea é o tecido encontrado no interior dos ossos, com a função de produzir as células sanguíneas. A diretora de hematologia do Hemoce, Luany Mesquita, explica a importância do procedimento para os casos de pacientes como Letícia. "Os pacientes com leucemia fazem um tratamento de quimioterapia muito intenso, que destrói totalmente a medula óssea."

A diretora de hematologia do Hemoce, Luany Mesquita, lembra que este 21 de dezembro marca os dez anos da primeira coleta de medula óssea alogênica não aparentada - quando doador e receptor não são familiares - do Estado. Como se trata de um banco de dados nacional, a estruturação deste equipamento (Redome) só foi possível em 2012. Além disso, o evento desta manhã celebrou a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, nos dias 14 a 21 de dezembro.

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