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Grande Messejana tem ano mais violento desde 2017
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Grande Messejana tem ano mais violento desde 2017

|Números de 2022| Estado teve uma redução de 10% no número de homicídios, mas bairros da Área Integrada de Segurança 3, onde fica a Grande Messejana, tiveram aumento de 23,33% em relação a 2021
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Vista aérea da Lagoa 
de Messejana  (Foto: Fco Fontenele)
Foto: Fco Fontenele Vista aérea da Lagoa de Messejana

Apesar da redução geral do número de homicídios no Estado em 2022, algumas regiões não apresentaram a mesma melhora. Em Fortaleza, das 10 Áreas Integradas de Segurança (AIS) em que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divide a cidade, sete apresentaram redução, mas as AIS 3, 5 e 6 registraram aumento no número de assassinatos.

O maior aumento ocorreu na AIS 3, onde estão 13 bairros — entre eles, Messejana, Jangurussu e Conjunto Palmeiras. Na região, foram registrados no ano passado 185 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs), crescimento de 23,33% em relação a 2021. Foi o ano mais violento na AIS 3 desde 2017, quando 255 homicídios foram registrados. Os CVLIs são as somas de homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

Como O POVO vem mostrando desde 2021, a AIS 3 tem sofrido com um conflito entre criminosos causado por rachas em facções criminosas. A primeira ruptura ocorreu na facção Comando Vermelho (CV); em seguida, o racha se deu na Guardiões do Estado (GDE). Os rompimentos levaram ao surgimento de uma nova facção criminosa, denominada Neutros ou também Massa Carcerária.

São crimes como o que vitimou Nailson de Lima Santana, de 19 anos, em 23 de março de 2022, no bairro José de Alencar. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE), a região onde o crime ocorreu, que fica na comunidade do São Miguel, ficou conhecida como "Faixa de Gaza" devido ao conflito entre CV e Massa Carcerária. Quatro pessoas foram denunciadas pelo crime.

"No caso dos autos, familiares da vítima informa que NAILSON v. [vulgo] LERÊ não era envolvido com crime, mas tinha amigos que pertenciam a 'MASSA' e que 'rolava boatos que o pessoal da CV estava atrás de NAILSON devido as amizades dele' inclusive por suspeitarem que vítima passava informações para integrantes da MASSA", consta na denúncia.

Por conta desses indicadores, a AIS 3 recebeu ao longo de 2022 ações como uma base fixa do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) e do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac). Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirmou que, além do CPraio e do Copac, a AIS 3 tem policiamento ostensivo "diuturnamente" por meio de equipes do Policiamento Ostensivo Geral (POG).

A SSPDS ainda afirmou que, no ano passado, 111 capturas foram realizadas por equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na AIS 3.

"É importante destacar ainda que de forma permanente, as Forças de Segurança realizam operações na região com base em estudos de dados fornecidos pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), instituição vinculada à SSPDS", disse a nota enviada pela pasta.

"As ações são realizadas por órgãos vinculados à SSPDS com apoio de órgãos parceiros. Já no âmbito da Polícia Judiciária, a Polícia Civil atua com foco nas identificações e prisões de suspeitos de grupos criminosos responsáveis por crimes na região".

Na Capital, ainda houve aumento no número de assassinatos as AIS 5 e 6, — respectivamente, de 2,98% e 19,14%. Na AIS 5, estão localizados 19 bairros, entre eles, Parangaba, Benfica e Montese. Já na AIS 6 estão 17 bairros, como Antônio Bezerra, Parquelândia e Pici. A SSPDS não informa os números de homicídios por bairro em Fortaleza.

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