Os ar-condicionados dos ônibus começaram a ser religados nesta quinta-feira, 9, conforme anunciado pela Prefeitura de Fortaleza. Até o momento, no entanto, apenas 89 veículos estão circulando com o equipamento ligado, o que corresponde a apenas 6,8% dos 1.300 coletivos que operam em dias úteis. A informação é da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).
Nessa quarta-feira, 8, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, afirmou que 750 ar-condicionados já estavam liberados para uso. Segundo o prefeito de Fortaleza, José Sarto, o religamento acontecerá aos poucos, e a previsão é de que toda a frota esteja climatizada até o início de agosto.
“Realmente está quente, e a população tem necessidade. Principalmente agora que retiraram os cobradores, eles estão ganhando muito mais, mas mesmo assim o serviço continua péssimo”, criticou Vladimir Melo, de 53 anos, enquanto esperava um ônibus no Terminal do Papicu.
Para Edson Albuquerque, 63, “o ar condicionado é importante porque tem gente idosa e obesa que passa mal dentro do ônibus, então, o equipamento é uma questão muito importante”. Até as 9 horas, ele não tinha conseguido viajar em nenhum veículo com o equipamento.
No terminal do Papicu, eram raros os ônibus que estavam com o equipamento ligado na manhã desta quinta-feira, 9. Eliete Araújo, 48, foi uma das poucas pessoas da Capital que conseguiram aproveitar o serviço. Ela acredita que o religamento dos ar-condicionados é positivo mesmo diante do aumento das passagens. “Com a quentura que está, é maravilhoso”.
Ela explica que sem o serviço as pessoas saem de casa e “quando chegam ao trabalho, ou em algum outro ambiente, estão todos suadas, cansadas e com calor”.
Francisca Eliene, 19, é doméstica e costuma pegar ônibus todos os dias. Sobre o aumento no preço da tarifa, ela diz estar preocupada. "Eu já acho muito caro e nem todo patrão dá o valor da passagem, eles dão apenas uma parcela. O resto é você que tem que repor. Então, é muito ruim, e estou transtornada. Tem dia que eu deixo de trabalhar porque não tenho a passagem.”
Outra pessoa que é contrária ao aumento da passagem é Renata Sousa, 24. Ela tem um filho de seis meses e utiliza o transporte público para levá-lo a consultas médicas. “Vai afetar bastante. A gente que não tem transporte precisa muito do ônibus, principalmente para as consultas da criança, que não são perto de casa. Temos que pagar a passagem e fica pesado, especialmente, para quem não trabalha”.
“Eles aumentam a passagem, mas não aumentam o convívio da gente dentro do ônibus, porque é quente e apertado”, complementa.
A nova tarifa inteira dos ônibus de Fortaleza começa a valer a partir do dia 19 de março. O preço aumenta de R$ 3,90 para R$ 4,50 em dias comuns. Com isso, Fortaleza terá a quarta maior tarifa do Nordeste. A nova tarifa estudantil, 'meia', começou a ser cobrada com redução (R$1,50) nesta quinta-feira.
A tarifa dos estudantes teve uma redução de R$ 0,30, passando de R$ 1,80 para R$ 1,50. De acordo com a Prefeitura, a nova tarifa estudantil vai beneficiar 285 mil estudantes, o que representa 12% dos usuários do transporte público.
“Para mim é bom estar R$ 1,50, porque como eu sou estudante, querendo ou não, eu dependo dos meus pais, e isso [a passagem] já é um gasto a mais. Então, no fim do mês, a gente sente R$ 0,30 centavos a mais ou a menos. Faz uma diferença”, diz Stefani Carvalho, de 19 anos.
Mairton Cabral, 26, também se beneficia da meia passagem e acredita que a mudança é positiva. “Acho muito bom que baixou a passagem dos estudantes para R$ 1,50, mas tem muitas questões relacionadas ao aumento da passagem inteira. Mas, enfim, as pessoas estão criticando bastante na internet.”