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16 municípios estão em situação de emergência no CE; 11 foram decretadas oficialmente
CIDADES

16 municípios estão em situação de emergência no CE; 11 foram decretadas oficialmente

Saiba como é feita a classificação e o processo do decreto de situação de emergência. Previsão do tempo continua apontando para chuvas em todas as regiões esta quinta-feira, 30
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Deslizamento de terra em Aratuba, em março de 2023. Pelo menos 14 municípios cearenses já decretaram situação de emergência no Estado (Foto: Fábio Lima)
Foto: Fábio Lima Deslizamento de terra em Aratuba, em março de 2023. Pelo menos 14 municípios cearenses já decretaram situação de emergência no Estado

Pelo menos 16 municípios do Ceará estão em situação de emergência. Em 11 deles, a situação já foi decretada via Sistema Integrado de Informação de Desastres (S2ID) e em cinco ainda estão em processo de colhimento de informações para lançamento no sistema. Pelo menos 812 pessoas estão desabrigadas e 2.133 estão desalojadas, conforme a Defesa Civil do Estado. As informações foram atualizadas nessa terça-feira, 28, às 22 horas. 

Em Altaneira, Missão Velha, Aratuba, Itapipoca, Itapajé, Antonina do Norte, Uruburetama, Guaramiranga, Umirim, Pedra Branca e Tururu a situação de emergência já foi decretada. Em Senador Pompeu, Milhã, Mauriti, Porteiras e Groaíras o processo ainda está sendo realizado. As chuvas registradas neste mês de março deixaram famílias desabrigadas, pessoas mortas em desabamentos e em afogamentos, além de uma desaparecida.

Após decretada a situação de emergência, as cidades podem pedir mais recursos estaduais e federais para serem gastos com ações de defesa civil. No Ceará, os desastres mais comuns são seca, estiagem, chuvas intensas, alagamento, enxurradas e inundações.

O coordenador estadual da Defesa Civil, tenente-coronel Haroldo Gondim, explica que existe uma codificação brasileira para os eventos considerados "desastres". Ele cita, a partir dessa classificação, que desastre é um "resultado de evento adverso decorrente de ação natural ou antrópica sobre cenário vulnerável que cause danos humanos, materiais ou ambientais e prejuízos econômicos e sociais".

"A portaria 260/2022 do Ministério do Desenvolvimento Regional estabelece os procedimentos e critérios para a decretação de situação de emergência ou calamidade pública", diz. A portaria estabelece três níveis de desastre: 

I - Pequena intensidade: há danos humanos, materiais e ambientais além de prejuízos econômicos e sociais, mas que a situação de normalidade pode ser restabelecida com os recursos mobilizados a nível local.

II - Média intensidade: há danos humanos, materiais e ambientais além de prejuízos econômicos e sociais expressivos e que a situação de normalidade precisa ser restabelecida com os recursos mobilizados em nível local e complementados com o aporte de recursos dos demais entes federativos.

III- Grande Intensidade: há vultosos danos humanos, materiais e econômicos e sociais, com sério e relevante comprometimento do funcionamento das instituições públicas locais ou regionais, impondo-se a mobilização e a ação coordenada das três esferas de atuação do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Federal, Estadual e Municipal), e, eventualmente, de ajuda internacional.

"Então, se o desastre de determinado município se enquadrar nos requisitos do nível I e II, ensejam a declaração de situação de emergência. Se nível III, enseja calamidade pública", relaciona Haroldo Gondim. O coordenador detalha os passos do processo: 

1. Ocorrência do desastre;
2. Parecer do coordenador Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC);
3. Prefeitura aprova o decreto municipal de situação de emergência ou calamidade;
4. Preenchimento do Sistema Integrado de Informações dos Desastres (S2ID);
5. Análise, homologação estadual e/ou reconhecimento federal;
6. Captação de recursos para ações de resposta e reconstrução.

O tenente-coronel diferencia que os "desalojados" precisam abandonar, temporária ou definitivamente, a habitação e que não necessariamente carecem de abrigo. O termo "desabrigado" se refere a uma pessoa cuja habitação foi perdida ou destruída, total ou parcialmente, e que necessita de abrigo.

O Ceará já registrou 32,1% a mais do que as chuvas esperadas para o mês de março, com média de 268,7 milímetros (mm). Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), 149 cidades já atingiram a média prevista para o mês.

Previsão do tempo no Ceará

Confira abaixo como estará o clima no Estado no início desta semana:

Terça-feira - 28/03/2023
Céu variando de nublado a parcialmente nublado, com chuva em todas as macrorregiões.

Quarta-feira - 29/03/2023
Céu variando de nublado a parcialmente nublado, com chuva em todas as macrorregiões, sendo de forma isolada na Jaguaribana e Sertão Central e Inhamuns.

Quinta-feira - 30/03/2023
Céu variando de nublado a parcialmente nublado, com chuva em todas as macrorregiões, sendo de forma isolada na Jaguaribana e Sertão Central e Inhamuns. 

Colaborou Alexia Vieira 

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