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Política de drogas e vulnerabilidades: evento promove vivência no Moura Brasil
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Política de drogas e vulnerabilidades: evento promove vivência no Moura Brasil

|Comunidade|Evento internacional realizou visita à Comunidade Moura Brasil para conectar metodologia técnica, política pública e potencial social
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PARTICIPANTES de seminário visitaram o Moura Brasil (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE PARTICIPANTES de seminário visitaram o Moura Brasil

Rogério Gomes, 20, nem imagina que quando ele compra bebidas do depósito do vizinho para revender para outros vizinhos está ajudando a tornar a Comunidade Moura Brasil, em Fortaleza, mais sustentável. Essa é uma das perspectivas discutidas durante o seminário "Drogas, vulnerabilidades e territórios urbanos", que reúne representantes de diferentes países e eixos de atuação na política contra as drogas. Entre os objetivos do encontro está a conexão entre metodologia de atuação, políticas públicas e potencial social.

Uma das atividades do seminário ontem, 25, foi a vivência "Andanças na Comunidade", que levou os participantes a visitarem pontos do bairro onde Rogério vive desde 2021. "Sei que o que eu faço movimenta dinheiro, porque entra e sai todo dia", disse sobre o fluxo de vendas.

Após dois dias de compartilhamento de informações e experiências, os participantes do seminário saíram do hotel onde as atividades acontecem. Eles cruzaram a avenida Presidente Castelo Branco, conhecida como Leste Oeste, subiram a escada que leva aos caminhos do Moura Brasil e percorreram parte da rua que, assim como muitas da periferia fortalezense, exibe muita gente na calçada, diferentes comerciantes, lixo, entulho e pessoas em situação de rua. 

Entre olhares de surpresa, sorrisos e alguns pedidos de ajuda, os participantes do seminário estavam dentro de um dos territórios sobre os quais discutem. "Essa vivência é para conectar pessoas de realidades diferentes. Um encontro que pensa territorialização, não poderia acontecer sem viver uma experiência de território", afirmou Leonardo Rodrigues, da Casa da Sopa, entidade que trabalha há décadas com pessoas em situação de rua e organizou a vivência. Guias locais atendidos pela Casa foram encarregados de orientar, comentar e mostrar a realidade de onde vivem. Leonardo destaca a importância de conectar as pessoas que trabalham políticas contra as drogas e os territórios vulneráveis, que são cheios de potencialidades. "Nós pensamos que a vivência mostra as fortalezas dentro da vulnerabilidade", afirma.

O seminário é realizado dentro do Copolad III, programa internacional que promove diálogo técnico e a cooperação entre a União Europeia e os países da América Latina e do Caribe sobre as políticas de drogas. Os países convidados incluem Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Peru, República Dominicana, Uruguai, Venezuela, Bahamas, Barbados, Belize, Jamaica, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Bulgária, Grécia e Portugal. 

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