O estudo idealizado pela Fundação Abrinq também mostra que houve um aumento da taxa de mortalidade materna no Ceará. Conforme dados do Pnad, a série histórica desse índice foi de: 65 (2015), 74 (2016), 84 (2017), 90 (2018), 75 (2019), 119 (2020) e 123 (2021). Entre os dois últimos anos analisados, o número aumentou cerca de 4%, chegando a 102,3 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos.
No Brasil, o índice teve um aumento de 53% em 2021, saltando de 72 para 110,2 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos. Já na Região Nordeste, o aumento foi de 52%, indo de 285 para 435.
Segundo João Pedro Sholl, técnico em inteligência de dados e indicadores sociais da Fundação Abrinq, o índice da mortalidade materna no Brasil demonstrou aumento de 35% no fim de 2020 e seguiu crescendo em 2021. Nos dois períodos, o País vivia as primeiras ondas da pandemia de Covid-19, onde as grávidas estavam entre o público considerado como grupo de risco.
"(O aumento de mortes de gestantes) aconteceu pela saturação dos sistemas de saúde. Como também pela já instalada tendência de contínuo crescimento dos óbitos maternos. Desta forma, o aumento da pobreza (e de sua variação extrema) e o aumento da mortalidade materna, apesar de terem uma ligação estrutural e indireta entre si, na verdade, demonstraram esta dinâmica em função da pandemia de Covid-19", explica ainda o representante.