O homem preso no domingo passado, 28, suspeito de ser um dos chefes de um esquema criminoso que tentava fraudar o concurso da Guarda Municipal de Pacajus (Região Metropolitana de Fortaleza) afirmou em depoimento que outros concursos registraram o mesmo tipo de fraude. Conforme depôs Erick de Paula Alves, de 24 anos, os concursos das guardas municipais de Jucás (Centro Sul do Estado) e Barreira (Maciço de Baturité) também registraram a ação criminosa.
Conforme a investigação, o valor cobrado pela organização seria dez vezes a remuneração dos candidatos aprovados por meio da fraude. Inicialmente, o candidato pagaria um valor de R$ 1 mil como sinal e, após a aprovação no concurso, o custo aumentaria para em torno de R$ 45 mil.
Relatório da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), aponta que Erick tinha como função captar interessados em participar da fraude, receber valores, organizar o local onde seriam distribuídos os gabaritos, coordenar a pessoa que faria a prova somente para obter acesso ao caderno de provas com as questões, assim como também as pessoas que distribuiriam os gabaritos via Whatsapp.
Erick é agente de endemias na prefeitura de Eusébio (também na Região Metropolitana de Fortaleza), mas já havia sido aprovado em outros concursos. Entre os certames nos quais Erick havia sido aprovado está o de oficial da Polícia Militar do Ceará. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça em audiência de custódia.
Outros dois homens foram presos ao lado dele: Irlandio José Bernardino Vidal, de 38 anos, e José Cláudio de Meneses Sousa, de 40 anos. O trio foi capturado em locais de prova nos bairros Centro, Jacarecanga e Edson Queiroz, em Fortaleza. Diferente de Erick, porém, Irlandio José e José Cláudio tiveram a liberdade restituída mediante cumprimento de medidas cautelares, diante de indicativos de que tiveram "uma menor participação na associação criminosa", conforme a decisão.
Os homens foram autuados por crime de fraude de certame público e por integrarem associação criminosa. Eles eram investigados há dois meses. As investigações continuam para identificar mais envolvidos no esquema. (Com informações de Jéssika Sisnando).