Após um início de ano violento, o número de vítimas do sexo feminino assassinadas em 2023 diminui no Estado na comparação com 2022. Conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 95 mulheres foram mortas de janeiro a maio no Ceará. Em 2022, 115 mulheres haviam sido assassinadas no mesmo período, o que representa uma queda de 17,3%.
A redução foi ainda maior em Fortaleza, que, neste ano, registrou 21 mulheres vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs, a soma de homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte). De janeiro a maio de 2022, haviam sido 29 mulheres mortas — redução de 27,5%. No último mês de maio, a redução foi de 77,8%, quando foram registrados dois assassinatos de mulheres na Capital. Em maio de 2022, haviam sido nove.
A SSPDS creditou a marca aos investimentos e ao trabalho incessante dos profissionais da segurança. “O resultado é fruto de investimento do governador do Estado, Elmano de Freitas, juntamente com a vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero, além do apoio incondicional da senadora Augusta Brito, frente a esse trabalho que vem sendo realizado”, declarou o titular da SSPDS Samuel Elânio.
A redução no número de mulheres mortas acompanha a redução geral no número de CVLIs. De janeiro a maio, 1.170 assassinatos foram registrados no Estado, diminuição de 7,7% em comparação com os cinco primeiros meses do ano passado. Em Fortaleza, a redução foi de 27%, sando de 382 para 279 casos.
Dezesseis dos 95 assassinatos de mulheres este ano no Estado foram identificados pela SSPDS como feminicídio, ou seja, quando a condição de gênero foi determinante para o crime. Em Fortaleza, somente um crime foi registrado como feminicídio, o assassinato de Cristiane dos Santos Pereira, de 46 anos, em 15 de abril no bairro Guajeru. Conforme a Polícia Civil, a vítima foi morta por seu companheiro, Francisco Edson Alves da Silva, de 50 anos. A investigação mostrou que o crime ocorreu após uma discussão entre os dois.
Em suas estatísticas, a SSPDS não identificou como feminicídio o crime que vitimou Bárbara Hellen Costa de Almeida Bessa, também no dia 15 de abril, mas no bairro Centro. Conforme testemunhas, o autor do crime foi o ex-namorado de Bárbara, Alef Maciel Lopes, com quem ela havia terminado recentemente o relacionamento. Até hoje, Alef não foi preso e segue sendo procurado pela Polícia.
O mês de junho começou com um feminicídio em Apuiarés, no Vale do Curu. Marta Gomes, de 41 anos, foi morta a facadas na localidade de Tabuleiro no dia 1º. Na segunda-feira, 5, o suspeito do crime, Antônio de Castro, de 52 anos, foi preso em Pentecoste, município vizinho a Apuiarés, por força de mandado de prisão preventiva. Conforme a Polícia Civil, Antônio cometeu o crime após exigir que a vítima reatasse o relacionamento.
A SSPDS destacou que que mulheres que são vítimas de violência têm à disposição o do Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv), da Polícia Militar, que realiza visitas contínuas às casas das mulheres. Há Casas da Mulher Cearense em Juazeiro do Norte, Sobral e Quixadá e Casa da Mulher Brasileira em Fortaleza. Há ainda delegacias de defesa da mulher em mais seis municípios: Pacatuba, Caucaia, Maracanaú, Crato, Iguatu e Icó.
Até abril, mais recente mês com estatística disponibilizada, 7.562 mulheres foram vítimas de crimes abarcados pela Lei Maria da Penha no Ceará, conforme dados da SSPDS. Trata-se de uma média de 63 vítimas por dia.
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