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PM condenado por Chacina do Curió entra na lista de procurados da Interpol
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PM condenado por Chacina do Curió entra na lista de procurados da Interpol

Antônio José de Abreu Vidal Filho mora nos Estados Unidos e sua defesa já disse que ele só voltaria após todos os recursos contra a sentença se esgotarem
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O PM na lista dos procurados da Interpol (Foto: Reprodução/Interpol)
Foto: Reprodução/Interpol O PM na lista dos procurados da Interpol

Antônio José de Abreu Vidal Filho, um dos quatro policiais militares já condenados pela Chacina da Grande Messejana, foi colocado na lista de procurados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ele se encontra nos Estados Unidos, de onde participou, por videoconferência, do julgamento que o condenou a 275 anos e 11 meses de prisão. 

Ele foi ao país, conforme afirmou a sua defesa, acompanhar a esposa que foi fazer pós-graduação. Vidal já está lá há três anos, estando licenciado da PM. Há quatro meses, a filha do soldado nasceu em solo norte-americano.

A defesa de Vidal já havia afirmado a O POVO que o PM só voltaria ao Brasil quando todos os recursos contra a sentença se esgotarem. Como afirmou o advogado Delano Cruz, a defesa entende que a apelação que foi feita suspende os efeitos da condenação. Conforme ele, não há provas suficientes da participação de Vidal no crime. O soldado só teria ido à região para ajudar nas buscas pelos assassinos do soldado Valterberg Chaves Serpa e teria ido embora quando um oficial ordenou. A defesa dele ainda diz que Vidal estava há cinco meses na corporação e que sequer possuía armamento. 

Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE), câmeras do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) mostraram o carro do soldado nas imediações de onde ocorreu a chacina. O veículo ainda estava com a placa adulterada com fita isolante. Além disso, sinais de Estações Rádio Base (ERBs) apontaram que Vidal estava na região da matança à 1h29min e à 1h42min. Na fase policial, o soldado afirmou que havia saído para jantar com a namorada no dia do crime e que, em seguida, voltou para casa sem passar pela região onde ocorreu a chacina.

Todos os outros três PMs submetidos ao julgamento há duas semanas estão presos. Tratam-se de Ideraldo Amâncio, Wellington Veras Chagas e Marcus Vinícius Sousa da Costa.

Dois julgamentos, envolvendo 16 acusados, estão marcados para os próximos dias 29 de agosto e 12 de setembro. Outros 10 PMs aguardam que a sentença de pronúncia transite em julgado para irem a julgamento.

Onze pessoas foram mortas na chacina, ocorrida na madrugada do dia 12 de novembro de 2015 nos bairros Curió, Lagoa Redonda, José de Alencar e Barroso. Além disso, outras sete pessoas ficaram feridas.

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