Em Fortaleza, unidades dos Centros de Distribuição Domiciliar dos Correios (CDD) têm chamado a atenção por estruturas desgastadas. Responsáveis pelo processamento e encaminhamento de encomendas e correspondências para as residências, os locais tem mostrado falta de reformas nos últimos anos. Alguns dos CDDs apresentam problemas estruturais, como fachadas pichadas, falta de placa de identificação, além de paredes danificadas.
Além dos CDDs, os Centros de Encomendas e Entregas dos Correios (CEEs) também atuam realizando entregas. Quando por algum motivo não é possível entregar as encomendas aos destinatários, esses itens também voltam para esses locais.
Ao todo, Fortaleza conta com 13 unidades dos CDDs e dois CEEs. Segundo a empresa pública, os centros não são unidades de atendimento presencial à população. Contudo, os Correios podem realizar entregas internas aos destinatário em casos excepcionais.
Um dos Centros de Distribuição de Fortaleza está localizado na avenida Engenheiro Alberto Sá. Quem trafega pela via movimentada quase não percebe, mas ali se localiza o CDD do bairro Papicu, em funcionamento desde 1996. Além de estar sem placa de identificação, o local ainda está com paredes marcadas por pichações e se confunde entre outros estabelecimentos.
Ao se dirigir ao equipamento para saber informações sobre uma encomenda, Maurício Lima, 30, se surpreendeu com a aparência do local. “A estrutura física daqui realmente deixa a desejar, está precária. Não tem nem uma placa. Pelo menos eu fui atendido, mas realmente precisam melhorar isso aqui”, comentou o analista de sistemas.
Ele aponta que foi a segunda vez que se dirigiu ao Centro de Distribuição para saber informações sobre sua encomenda. Apesar de ter saído com a demanda satisfeita, ele reclama de problemas referente a falta de informações.
“Muitas vezes a gente não tem como vir imediatamente e precisamos de informações. A gente tenta ligar, mas o celular não funciona, dá sempre fora do gancho. Precisa vir aqui e ver o horário de atendimento”, observou. Colado na parede do estabelecimento, está a informação de que o CDD do bairro realiza atendimento ao público diariamente, das 10 horas às 12 horas.
Outro equipamento dos Correios que chama atenção pelo estado deteriorado está no Centro, na avenida Duque de Caxias. Segundo mais antigo da Capital, atrás somente da unidade Fortaleza (no bairro Damas), o local está em atividade desde 1980.
Colado ao CDD ainda é possível encontrar o estabelecimento onde funcionava a antiga Agência dos Correios (AC) Duque de Caxias. Apesar de ter tido fechamento oficial declarado em 2019, o local já não estava em funcionamento há alguns anos.
O encerramento fez parte de um processo de realinhamento dos meios de atendimento, que teve início em 2018. Juntamente com outras AC que foram fechadas, seus atendimentos foram transferidos para outras unidades.
Sem uso, o prédio, que na época era alugado, começou a sofrer degradação pelo tempo e pelo vandalismo. Hoje, a construção também está com paredes descascando e pichadas.
Ao seu lado, no entanto, o CDD ainda mantém suas atividades, apesar de também apresentar desgastes. Na entrada lateral, o local recebe o público geral de segunda a sexta-feira, das 14 horas às 17 horas.
Francisco Junior Carneiro, 43, é um comerciante que trabalha bem em frente ao CDD do Centro. Ele lamenta que as estruturas do CDD e da antiga AC estejam tão deterioradas. “Tá com uns oito a dez anos desde que fechou a agência. De noite, o Centro fica totalmente deserto, né? Então ali se abrigam muitos moradores de rua. Fora que até é perigoso. Esses prédios eram para estar bonitos, funcionando, logo aqui é um local tão central”, comenta o empreendedor.
Em nota enviada ao O POVO, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) declarou que, somente no Ceará, foram investidos cerca de R$ 2,5 milhões nos últimos três anos em capacidade operacional e na modernização de suas instalações.
Ainda conforme a empresa, “recentemente foram realizadas reformas nos centros nos bairros Rodolfo Teófilo e Conjunto Ceará. Ainda estão previstas reformas nos centros de distribuição do Centro, de Parangaba, da Cidade dos Funcionários e em Messejana”, afirmou. No entanto, não foi informado previsão.
Segundo os Correios, em unidades operacionais que funcionam em prédios alugados, a empresa periodicamente busca locações que ofereçam melhores condições de trabalho. “Os CDDs Castelão e Papicu, por se tratarem de imóveis locados, a empresa está em busca de novos imóveis com melhores condições para locação na região”, continuou.
A empresa pública declarou ainda que, no ano passado, o CDD Praia Leste foi fechado em decorrência da colocação do imóvel à venda. Suas atividades e seus empregados foram transferidos para os centros de distribuição que passaram a atender a região.
Quanto aos horários de atendimento ao público nos equipamentos, foi ressaltado que os CDDs e os CEEs não são unidades voltadas para o atendimento à população. Contudo, em casos em que o destinatário necessita ser atendido em unidade, os Correios fazem contato direto com o cliente solicitando que se dirija ao local.
CDD Aldeota
CDD Antônio Bezerra
CDD Castelão
CDD Centro
CDD Cidade dos Funcionários
CDD Conjunto Ceará
CDD Fortaleza (bairro Damas)
CDD Francisco Sá
CDD José Walter
CDD Messejana
CDD Papicu
CDD Parangaba
CDD Rodolfo Teófilo
CEE Fortaleza (Rodovia BR-116)
CEE Prado (Praia de Iracema)