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Menino pula de carro para procurar a mãe, fica desaparecido e é encontrado morto
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Menino pula de carro para procurar a mãe, fica desaparecido e é encontrado morto

Heitor tinha nove anos, era autista e não se comunicava verbalmente
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Bombeiros e Polícia estiveram no local (Foto: WhatsApp O POVO)
Foto: WhatsApp O POVO Bombeiros e Polícia estiveram no local

O corpo encontrado na lagoa da Universidade Estadual do Ceará (Uece) nesta quinta-feira, 7, é do menino Heitor Viana Kobayashi Silva, de 9 anos, que desapareceu na quarta-feira, 6, nos arredores da instituição de ensino superior, localizada no bairro Itaperi, em Fortaleza. A criança era autista, não se comunicava verbalmente e abriu a janela do carro enquanto a mãe saiu do veículo para ir ao banco.

Heitor estava acompanhado da avó e da irmã, que também é uma criança. Conforme uma fonte que auxiliava nas buscas, o corpo da criança foi encontrado na lagoa e estava com o fardamento escolar. O menino foi reconhecido pela mãe. A Polícia informou que o corpo esta "aparentemente sem marcas de violência".

Por meio de nota, a Uece lamentou o falecimento de Heitor, filho de uma estudante do curso de terapia ocupacional. "Em seu desaparecimento, na tarde do dia 6 de setembro, equipes da Uece, do Corpo de Bombeiros e das Polícias Militar e Civil realizavam buscas no campus Itaperi", informou. A reitoria da Uece comunicou luto de três dias e afirma que está prestando o apoio necessário à família. 

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estiveram no local, além da Perícia Forense, que deve informar a causa da morte. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) havia informado, por meio de nota, que o corpo de uma criança do sexo masculino havia sido encontrado na lagoa da universidade, localizada no bairro Itaperi, na manhã dessa quinta-feira, 7.

Heitor Viana Kobayashi Silva, de 9 anos, foi procurado pela família após sair do carro onde estava. Familiares dele estavam no local na manhã desta quinta-feira, 7, bastante emocionados. Havia uma forte campanha nas redes sociais no intuito de encontrar o garoto.

Fotografias dele eram divulgadas e a Delegacia do Departamento de Homicídios, que investiga os casos de desaparecimento, também estava atuando no caso.

Segundo a SSPDS, o corpo foi encontrado por mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE). "A Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) investiga o caso. Equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) também foram até o local", informou a secretaria por meio de nota.


Em nome das escolas Sesi Senai do Ceará, o Sistema Fiec divulgou uma nota lamentando a perda prematura de Heitor. "Diante de tamanha dor, declaramos luto oficial no sistema Fiec. A escola Sesi Senai da Parangaba voltará as atividades somente na segunda-feira, 11. As demais unidades prestarão homenagens aos estudante."


 

Heitor abraçou todos os colegas da sala

Mães de crianças que estudavam com Heitor Viana Kobayashi Silva, 9 anos, encontrado morto na lagoa da Universidade Estadual do Ceará (Uece), nessa quinta-feira, 7, também estão de luto. O relato das mães, baseado nos colegas, descrevem o pequeno como um menino amável e apegado aos professores.

A criança fazia a 3ª série no Sesi, na Parangaba. As mães relatam que o garoto abraçou todos os coleguinhas no dia do desaparecimento. Elas estão organizando uma homenagem para Heitor e a família durante o velório e o sepultamento. 

Angélica tem uma filha no Sesi, que estudava com Heitor há três anos na mesma sala. "Era uma criança muito amorosa e amava as professoras. Era uma criança inteligente. Estamos arrasadas", descreve.

Heitor "se comunicava do jeitinho dele" com as outras crianças, conforme ela. "Ele abraçou os amiguinhos. Ontem parecia uma despedida. Era muito apegado com os professores. Abalou todo mundo", relata a mãe.


Eveline Silveira, mãe de uma aluna de 9 anos que estudava com Heitor, descreveu o que a filha comentava sobre o colega de sala. Segundo ela, no dia do desaparecimento de Heitor, houve um momento em alusão ao 7 de Setembro na escola e o barulho incomodou bastante o menino.

A mãe de aluna relembra que, na formatura do 1º ano, Heitor foi levado ao palco e aceitou tirar a foto da turma. Os coleguinhas, conforme Eveline, perguntaram por ele. "Minha filha disse que ele gostava muito de desenhar, cortar papel. As crianças ainda não entenderam o que é essa passagem de vida para a morte", aponta.

Janny Álcantara tem um filho matriculado no Sesi, a mesma escola que o Heitor estudava, e ressaltou que ficou arrasada. "Eles não eram da mesma sala, mas eram amigos e brincavam juntos no intervalo. O Heitor sempre utilizava fones de ouvido. Ele (filho de Janny) me disse: 'Mamãe, o meu amiguinho morreu'."

 

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