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Praça Luiza Távora enfrenta constantes quedas de energia
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Praça Luiza Távora enfrenta constantes quedas de energia

Frequentadores do equipamento e comerciantes locais revelam que questão ocorre há cerca de cinco anos, mas que tem piorado nos últimos meses
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PRAÇA Luiza Távora ficou no escuro na terça-feira passada (Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo)
Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo PRAÇA Luiza Távora ficou no escuro na terça-feira passada

A praça Luiza Távora, situada no bairro  Aldeota, em Fortaleza, tem passado por constantes quedas de energia. Frequentadores e comerciantes apontam que apagões ocorrem há pelo menos cinco anos, e têm se intensificado nos últimos meses. Governo do Estado diz reconhecer instabilidade na rede elétrica da área e garante estar se mobilizando "para sanar dificuldades". 

O POVO esteve no espaço no último domingo, 1°, e na terça-feira, 3, no período da noite. Em ambos os dias, presenciou a luz de uma parte significativa dos refletores apagadas, deixando o local— usado como ambiente de lazer para um público diverso de pessoas, no escuro. 

De acordo com um comerciante que atua na praça, que pediu para não se identificar, o problema já ocorre há pelo menos cinco anos, mas tem ficado mais recorrente nos últimos meses. Ele aponta que a questão acontece por causa da organização de algumas feiras pequenas usarem a fiação local sempre quando vão funcionar no espaço, fato que estaria sobrecarregando os disjuntores. 

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Um outro trabalhador da área, que também permanecerá no anonimato, confirma que a queda de energia ocorre há anos e diz que as luzes apagam quando o disjuntor "esquenta muito".

Os refletores são ligados manualmente logo que a noite começa a surgir, por trabalhadores que atuam na praça. No entanto, conforme conta informante, quando há um apagão é preciso esperar "um pouco" para que rede elétrica volte a se estabilizar: "É aquele negócio (a luz) apaga, ai a gente vai lá, ele (disjuntor) esfria um pouquinho, acende de novo, tem que passar por um processo".

As luzes costumam ficar apagadas por cerca de dez minutos, mas comerciantes contam que apagão já chegou a durar "a noite inteira". Além disso, O POVO observou que o medidor que fica no espaço apresenta desgaste e que pelo menos uma das caixas de som não funcionam mais.

Queda de energia afeta comércio e lazer

Jeferson Costa, de 18 anos, está há quatro meses trabalhando na praça e já notou a instabilidade elétrica. "(A luz) Falta, volta, ai depois passa um bom tempo (sem ligar de novo)", conta. O jovem fica responsável pelo aluguel de veículos motorizados para crianças e diz sentir que o "movimento caiu bastante". 

Sensação é a mesma de outros comerciantes que conversaram com O POVO. Eles alegam, dentre outras coisas, que os apagões têm gerado insegurança e afastado população do local, prejudicando o comércio.

A queda de energia mudou a relação que Danuzia Araújo, 39, tinha com a praça. Residente da Aldeota há pelo menos 18 anos, a dona de casa tinha o hábito de levar os filhos, de cinco e quatro anos, todos os finais de semana para o equipamento, onde caminham, andam de bicicleta e brincam no parque.

"Nó sábado é de costume ter muita gente, mas diminuiu o movimento. Tá diminuindo, e aqui era bem movimentado. É uma área de lazer e tá perdendo esse encanto. Eu costumava vir todo sábado e agora já faz um mês que não vinha, vim hoje", conta a frequentadora.

Ela diz ainda que já presenciou um apagão na praça e foi embora do local, pois sentiu receio e insegurança: "A gente fica ansioso e preocupado, pois tem a questão do assalto. Quando a gente vai pedir o carro pra retornar a gente fica na ansiedade pois fica escuro e as crianças têm medo".

O sentimento também é compartilhado por Murilo Humberto, de 28 anos, que costuma ir à praça para ouvir música e encontrar amigos. Desde o ano passado, segundo relata o músico, esses momentos já foram marcados algumas vezes por quedas de energia, que o deixou preocupado com a segurança.

Apesar do sentimento de insegurança trazido pelo escuro, O POVO observou que o local conta com uma cabine policial. Cerca de dez militares circulavam pelo espaço na terça, 3.

Governo do Estado estuda solução para problema 

O POVO procurou a Enel para questionar se instituição tem responsabilidade sobre o problema. Por meio de e-mail, órgão destacou que "atua até a entrega (da energia) para a medição, ou seja, do poste até entrar no medidor". O cliente que ficaria responsável pelo processo que engloba essa parte em diante.

A companhia informou ainda que enviou uma equipe ao local na quarta-feira, 4, e "não localizou falha no fornecimento de energia para a região".

Já a Secretaria da Proteção Social (SPS), responsável pela praça, destacou ao O POVO que está "ciente" do problema e alegou que "uma subestação foi instalada no local para atender às necessidades da nova loja CeArt, mas que o aumento da movimentação na praça fez com que um novo estudo fosse necessário".

"A SPS está iniciando diálogo com a Enel para sanar as dificuldades. Vale ressaltar que entre as exigências feitas pela SPS aos organizadores de feira, estão a necessidade de um gerador para não sobrecarregar a rede elétrica da praça", disse ainda órgão em e-mail.

 

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