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Ceará tem 43% mais cirurgias eletivas realizadas neste ano
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Ceará tem 43% mais cirurgias eletivas realizadas neste ano

O Estado realizou 63.151 cirurgias eletivas neste ano. Ao O POVO, Governo anunciou edital para realização de 17.600 procedimentos ortopédicos
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Janir calça órteses no filho, Guilherme, que está na lista de espera por cirurgia ortopédica (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Janir calça órteses no filho, Guilherme, que está na lista de espera por cirurgia ortopédica

Apesar dos avanços, a questão da fila de cirurgias eletivas continua um desafio para os governos. Conforme a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), foram realizadas 63.151 cirurgias eletivas neste ano, marcado pelo "congelamento" da classificação prioritária para organização e aceleração de demandas. O número de procedimentos neste ano representa aumento de 43% em comparação com 2022. 

Em 31 de janeiro de 2023, a fila foi "congelada" com 68.107 pacientes. Destes, 17.061 ainda aguardam o procedimento, além dos demais pacientes que foram inseridos na regulação desde então. 

A fila é dinâmica e, diariamente, pacientes entram e saem dela, de acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e das próprias pessoas que aguardam. No caso de 33.321 pacientes, a situação ainda não foi atualizada. São pessoas que entraram na fila, mas ainda não localizados e/ou que não necessitam mais de cirurgia. 

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), avaliou em entrevista exclusiva ao O POVO nessa semana, que o aumento de cirurgias realizadas no ano foi "significativo". "Saímos de uma média de 44 mil cirurgias em 2022 para mais de 62 mil em um ano".

Segundo ele, a ampliação deve continuar em 2024. "Não foi algo só para 2023. Vou lançar um edital específico para ortopedia, para mais ou menos 17.600 pessoas. Nós já estamos com R$ 51 milhões reservados exclusivamente para cirurgia de ortopedia. Temos um quadro, um diagnóstico muito bem definido", afirmou. 

Conforme o coordenador da Regulação dos Sistemas de Saúde da Sesa, Breno Novais, além dos hospitais da rede, o Estado mantém mais de 40 contratos com outras unidades com o intuito de fortalecer a regionalização do atendimento. São hospitais que fazem o credenciamento e aderem ao edital para a realização dos procedimentos.

Ele explica que algumas filas têm processo mais complexo, como a de ortopedia, alvo de edital para o próximo. "A gente está olhando de forma diferente". Os valores são diferenciados porque as próteses e órteses são específicas para cada paciente.

"Há uma pactuação do Estado para pagar mais e viabilizar mais cirurgias. Seguimos uma tabela onde cada procedimento tem um valor estipulado pelo SUS. Há uns dois meses, saiu uma portaria do Ministério da Saúde possibilitando o aumento do valor da tabela para viabilizar algumas cirurgias de maior demanda, como as ortopédicas", detalha Breno.

Atualmente, os procedimentos mais demandados são colecistectomia, hernioplastia inguinal, artroplastia total do joelho, de acordo com a pasta.

A Sesa não tem, contudo, previsão de qual será a quantidade de procedimentos eletivos a serem realizados em 2024. "Esse ano, a gente congelou a fila para trabalhar em cima dela. A gente trabalha sempre com a meta de fazer mais do que no ano anterior. As filas são dinâmicas", afirmou o coordenador. Ele justifica como sendo impossível estipular um tempo de espera máximo na fila "porque são vários procedimentos".

Longa espera por procedimentos continua 

O POVO acompanha o caso de Guilherme Nascimento, de 12 anos, que aguarda por cirurgia ortopédica no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) desde 2019. A mãe, Janir Nascimento, 40, diz que o procedimento estava marcado para o último mês de novembro, mas foi postergado mais uma vez, para março de 2024.

"Ia ser o Guilherme e outra criança. Quando a gente chegou, o médico disse que teve que encaixar outra criança que estava com o caso bem mais grave. Ficou para o dia 14 de março", relatou. 

Sobre a situação, o Hias informou que, atualmente (30 de novembro de 2023), o paciente se encontra na quarta posição para realizar o procedimento. "O Hias ressalta que a fila de regulação hospitalar é dinâmica, opera de acordo com critérios médicos, incluindo complexidade do estado de saúde dos pacientes, e busca assegurar o atendimento com a maior brevidade possível", explicou, por meio de nota.

Como atualizar o cadastro

A Sesa disponibiliza canais de atendimento para quem está na fila de cirurgias e precisa atualizar os dados, como telefone e endereço. Os atendentes estão disponíveis nos contatos divulgados das 7 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.

WhatsApp: (85) 3219 6073/ (85) 3219 9366/ (85) 3001 2610

Telefones: (85) 3219 1065/ (85) 3219 9858/ (85) 3219 6045

Sala de Situação das Cirurgias Eletivas: (85) 3219 4210/ (85) 3101 2666/ (85) 3101 5217/ (85) 3488 2136

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